Para que serve a vitamina B9 e o que ocorre com excesso ou falta dela

Dentre as vitaminas do complexo B, a vitamina B9, também conhecida como ácido fólico, é uma das que possui maior relevância, pois está diretamente envolvida com a formação de DNA e células neurológicas.

Além disso, é nutriente essencial durante a gestação, tanto para a saúde da mãe quanto para o bebê.

Os benefícios incluem a prevenção da má formação do tubo neural e também doenças como hipertensão e diabetes.

Sua descoberta data de 1941, sendo responsável então por tratar a anemia megaloblástica.

Recebeu o nome de folato, porque foi encontrada em folhas de espinafre, e folha em latim, é folium.

Agora, vamos entender melhor suas funções no organismo?

Afinal, para que serve a vitamina B9?

Já sabemos que o consumo de alimentos ricos em vitamina B9 é extremamente importante, mas quais seus reais benefícios à saúde?

Suas ações correspondem à prevenção de algumas desordens fisiológicas e hormonais, como por exemplo:

  • Hipertensão
  • Doenças cardiovasculares
  • Diabetes
  • Câncer
  • Alterações neurológicas
  • Depressão
  • AVC (Acidente Vascular Cerebral)

No entanto, o efeito protetor só é possível quando há a adesão de um estilo de vida saudável em todos os aspectos.

Manter um a alimentação balanceada é um desses aspectos, e nesse sentido o risco aumenta quando a quantidade de vitamina B9 não é alcançada.

Deficiência de Vitamina B9

Trata-se uma vitamina encontrada facilmente em diversos alimentos, mas ainda é bastante suscetível à deficiência.

Isso porque, muitas vezes, consome-se carboidratos e gorduras em grandes quantidades, reduzindo então a ingestão deste nutriente.

Sendo assim, para suprir a necessidade diária de vitamina B9, recomenda-se:

  • 400 mcg para homens e mulheres adultos
  • 600 mcg para gestantes

Lembrando que essa é a recomendação para o consumo de folato, ou seja, a forma natural da vitamina B9 encontrada nos alimentos.

Já em casos de suplementação, durante a gravidez ou em qualquer outro período da vida, a quantidade a ser consumida deve ser orientada exclusivamente por médico e/ou nutricionista através de avaliação criteriosa do estado nutricional.

Ainda assim, vale ressaltar que a deficiência de vitamina B9 acontece não somente pela alimentação inadequada, mas por motivos indiretos, como:

  • Tipo de alimento consumido. Ex: o trigo, que perde parte das vitaminas e outros componentes durante o processamento;
  • Forma de preparo: por se tratar de uma vitamina sensível ao calor.

Existem também grupos mais propensos a apresentar deficiência, causada pela má absorção e pelo aumento da demanda da vitamina B9, dentre eles:

  • gestantes
  • idosos
  • alcoólatras
  • crianças
  • indivíduos com doenças que prejudicam a absorção
  • fumantes

Finalmente, há a deficiência causada por medicamentos, os quais interferem na absorção da vitamina B9, como:

  • fenilbutazona
  • sulfassalazina
  • furosemida
  • metrotexate
  • fenitoína

Riscos associados a deficiência de vitamina B9

Os riscos vão além da má formação fetal, pois também podem favorecer o desenvolvimento de câncer.

A relação vitamina B9 x Câncer se dá porque está diretamente envolvida em reações de produção e reparação de células do DNA.

Consequentemente, quando há redução deste nutriente, as células podem sofrer mutações, aumentando o risco de se tornarem células malignas (câncer).

Os tipos de câncer associados à deficiência de vitamina B9 são:

  • colo do útero
  • pulmões
  • esôfago
  • pâncreas
  • mama
  • próstata
  • coloretal
  • leucemia infantil

Além disso, pode contribuir para o aparecimento de doenças renais, asma infantil e doenças cardiovasculares.

Os sintomas da deficiência são:

  • anemia macrocítica ou megaloblástica
  • fraqueza
  • confusão
  • déficit de memória
  • falta de ar
  • neuropatia periférica
  • redução da função cognitiva
  • insônia
  • alteração de humor e outras alterações mentais

Esses sintomas podem melhorar com a administração da dose correta de ácido fólico, a não ser que os danos sejam irreversíveis.

Excesso de vitamina B9

Do mesmo modo que a deficiência pode ser grave, o excesso é prejudicial.

Concentrações muito altas de vitamina B9 no sangue, por exemplo, podem antecipar ou exacerbar doenças neurológicas em indivíduos com deficiência de vitamina B12.

Já com relação ao câncer, apesar de atuar preventivamente em indivíduos saudáveis, pode ter um efeito contrário quando o câncer já existe.

Isso acontece porque a vitamina B9 é capaz de aumentar a síntese de DNA e promover a proliferação celular, ou seja, essas células “doentes” serão multiplicadas.

Os tipos de câncer mais comuns nesses casos são, o câncer de colo útero e de reto.

Já os sintomas associados à alta ingestão de vitamina B9 são:

  • hiperatividade e excitação
  • perda de apetite
  • náuseas
  • distensão abdominal

Pode, inclusive, atrapalhar o diagnóstico de deficiência vitamina B12, mascarando o diagnóstico de anemia perniciosa.

Como diagnosticar a deficiência ou o excesso de vitamina B9?

A forma tradicional para se investigar a vitamina B9 é através do exame de sangue, que pode ser quantificado em 2 formas:

  • Nível sérico: quantidade de folato no sangue, que pode sofrer alteração da dieta
  • Nível dentro dos eritrócitos (hemáceas): mais preciso, pois avalia o folato armazenado na célula, ou seja, o estoque de vitamina B9.

Entretanto, as duas formas podem apresentar erros no diagnóstico.

Sendo assim, para uma avaliação mais precisa, utiliza-se como marcador a homocisteína, que é dependente de vitamina B9 e, portanto, mais sensível.

Ainda assim, para fechar o diagnóstico a avaliação deve contemplar:

  • sinais, sintomas
  • exames laboratoriais
  • ingestão alimentar

Suplementação

Quando há a necessidade de suplementação, utiliza-se a forma sintética da vitamina B9, que é o ácido fólico.

A vantagem do ácido fólico é que é resistente ao calor e a luz, preservando suas propriedades nutricionais, enquanto o folato é mais sensível a esses fatores.

Além disso, é mais biodisponível que o folato (forma natural da vitamina B9) ou seja, é melhor absorvido pelo organismo.

Contudo, a suplementação deve ser utilizada apenas com prescrição de um profissional de saúde sério e de confiança.

E, claro, lembrar que a alimentação deve ser a principal fonte de vitamina B9. Veja aqui, os alimentos ricos em vitamina B9.

Referências:

  1. Stanger, O. Physiology of Folic Acid In Health and Disease. Current Drug Metabolism. 2002, 3, 211-223.
  2. Liew, Siaw-Cheok. Folic Acid and diseases – supplement it or not? Rev. Assoc. Med. Bras. 2016, 62(1):90-100. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302016000100090&lng=en&nrm=iso&tlng=en
  3. Patel, K. R; Sobczynska-Malefora, A. The adverse effects of an excessive folic acid intake. European Journal of Clinical Nutrition. 2016, 1-5.
  4. Marchioni, D. M. L; et al. Ingestão de folato nos períodos pré e pós-fortificação mandatória: estudo de base populacional em São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro. 2013, 29(10): 2083-2092. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v29n10/a24v29n10.pdf
  5. O ácido fólico e a saúde. Food Ingredients Brasil. 2016, 38. Disponível em: http://revista-fi.com.br/upload_arquivos/201607/2016070473044001469734812.pdf
  6. ATEROSCLEROSE. Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. Disponível em: http://www.sbacv.com.br/artigos/medicos/aterosclerose

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