Óleo de krill e suas propriedades e benefícios para a saúde
Além dos óleos e gorduras em geral, que já ingerimos em nossa alimentação diária, o óleo de krill se mostra uma fonte de “gordura boa” capaz de fornecer benefícios ao nosso organismo.
Veremos agora como a ingestão de gorduras pode influenciar na nossa saúde e, em especial, porque o óleo de krill é considerado uma boa fonte de gordura e um alimento funcional.
Alimentação e Saúde
O ato de alimentar-se de maneira saudável e manter-se ativo fisicamente são os “segredos” para uma vida saudável. Não existe fórmula mágica ou alimento milagroso, a sua rotina como um todo, vai te levar a ter uma boa ou uma má qualidade de vida a longo prazo.
As doenças obtidas através de um estilo de vida não saudável envolvem colesterol e triglicerídeos altos, diminuição do colesterol HDL (bom), pressão alta, obesidade, diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares em geral.
Quando alguns desses eventos não são hereditários, ou seja, não dependem da história familiar, estes podem ser evitados através de uma boa alimentação em conjunto com uma vida ativa fisicamente.
Em especial as doenças de coração, como a ateroesclerose (processo inflamatório crônico da parede dos vasos sanguíneos) podem ser influenciadas por altas taxas de colesterol LDL (ruim).
Sabendo que o padrão alimentar interfere intimamente com a formação desse processo inflamatório, devemos sempre evitar o excesso no consumo de gordura saturada e trans.
Tanto a gordura trans quanto a saturada estão relacionadas a elevação do colesterol LDL e, consequentemente, com o aumento de risco cardiovascular.
A substituição de gordura saturada da nossa alimentação por gordura insaturada contribui significativamente para o controle do colesterol e de doenças associadas.
Gordura Insaturada
Também conhecidas como ácidos graxos, as gorduras podem e devem ser consumidas, mas devemos optar por alimentos que nos forneçam opções mais saudáveis.
As gorduras insaturadas são conhecidas como as “gorduras boas” e podem ser encontradas na forma de monoinsaturadas ou poli-insaturadas.
Os ácidos graxos monoinsaturados não tem a capacidade de causar aumento nas taxas de colesterol sanguíneo enquanto, os saturados, comprovadamente aumentam os níveis do colesterol total.
Estudos comprovam que tanto os mono quanto os poli-insaturados agem de maneira benéfica nas taxas de colesterol. Os poli-insaturados ainda apresentam efeitos positivos na redução de triglicerídeos. Além disso, a ingestão de gorduras insaturadas ao invés de saturadas reduz o LDL colesterol.
Dois ácidos graxos poli-insaturados em especial são importantíssimos para a nossa saúde. São eles o ômega 3 e o ômega 6. Estes são ácidos graxos essenciais, ou seja, gorduras que precisamos obter através da alimentação.
Os ácidos graxos ômega 3 apresentam dois componentes: o EPA – ácido eicosapentaenoico (relevante na prevenção de doenças cardiovasculares e hipertensão) e o DHA – ácido docosaexaenoico (capaz de prevenir doenças cardíacas, reduzir triglicerídeos e contribuir na visão e desempenho do nosso cérebro).
Tanto o EPA quanto o DHA são considerados essenciais para o funcionamento do nosso cérebro, tanto na fase pré e pós natal quanto na vida adulta.
Algumas pesquisas comprovam que a suplementação com 2 a 4 g de EPA/DHA por dia pode diminuir as taxas de triglicérides em até 25% a 30%.
Para obter estas gorduras boas, podemos incluir em nossa alimentação: sardinha, salmão, linhaça e chia, por exemplo. O óleo de peixe é uma outra fonte de EPA e DHA, assim como o óleo de krill.
Óleo de krill
Fonte de ômega 3, o óleo de krill é processado a partir do krill proveniente da Antártida.
O krill antártico é um crustáceo que possui semelhança com o camarão, o qual apresenta um óleo com característica hidrossolúvel. Por ser solúvel em água, este óleo contém melhor digestibilidade, e praticamente não apresenta odor residual de peixe.
Também podemos alertar que o krill não sofre risco de contaminação por metais pesados como o mercúrio.
Por ser fonte de EPA e DHA o óleo de krill nos fornece benefícios à saúde e é considerado um alimento funcional.
Benefícios
O consumo de alimentos funcionais fornece ao nosso organismo muitos efeitos terapêuticos, como a diminuição do risco de sofrer de algumas doenças. Ainda, atua regulando e fortalecendo o nosso organismo.
Com o óleo de krill não é diferente. Diversos estudos já comprovaram que existe benefício em sua utilização e suplementação. Até mesmo a ingestão de EPA e DHA, inferior a 1g por dia, pode contribuir para reduzir os níveis de triglicerídeos no sangue, em jejum.
A ingestão do óleo de krill melhora a integridade da barreira intestinal e promove uma reconstrução do tecido epitelial do nosso intestino durante a inflamação. Além disso, controla a adesão bacteriana e a invasão das bactérias para as células epiteliais. Por isso, o óleo de krill pode ser considerado uma super alternativa para reduzir a inflamação intestinal.
Outros estudos informam que a suplementação com óleo de krill já foi administrada por 4 semanas. Sua resposta foi bem tolerada, aumentou o conteúdo de EPA e DHA no organismo e não possuiu efeitos adversos, pois foi utilizada dentro de parâmetros seguros.
Mais vantagens
Este óleo é conhecido por sua forte capacidade antioxidante. Um estudo realizado neste ano demonstra que a suplementação com óleo de krill pode aliviar efeitos neurotóxicos causados por utilização de metanfetaminas: substância psicoativa, estimulante do sistema nervoso central, que é utilizada até mesmo para tratamento de obesidade.
Como o óleo de krill é armazenado em nosso organismo na forma de fosfolipídeos, ele desempenha função estrutural, já que os fosfolipídeos compõem as membranas das células. Isto é considerado uma vantagem, pois este óleo não fica armazenado apenas na forma de triglicerídeos que são as nossas gorduras corporais.
Uma pesquisa demonstrou que o consumo do óleo de krill apresentou resposta positiva no controle da síndrome metabólica (conjunto de doenças relacionadas a riscos cardiovasculares) reduzindo o colesterol total, a glicemia e equilibrando tanto o colesterol HDL quanto o LDL.
Além disso, este óleo já foi associado com melhora de aprendizado, resposta cognitiva mais satisfatória e, quando consumido, diminuiu os sintomas de distúrbios neurológicos, até mesmo da epilepsia.
Comparando…
O óleo de krill se mostra mais eficiente do que o óleo de peixe em alguns aspectos. O primeiro já citamos: ele se armazena na forma de fosfolipídeos, enquanto o óleo de peixe fica presente na forma de triglicerídeos.
Outro fator é que o óleo de peixe, quando comparado ao óleo de krill, contém menor concentração de EPA e DHA.
Apesar disso, o óleo de peixe continua sendo uma excelente fonte de ômega 3 e apresenta benefícios a saúde humana assim como o óleo de krill.
Suplementação
Vimos que algumas alternativas aos alimentos, como a suplementação com óleo de krill, podem ser incluídas em nosso dia a dia, quando necessárias.
As suplementações de proteínas, vitaminas, minerais e até mesmo de outros óleos, algumas vezes são grandes aliadas, desde que sejam feitas de maneira responsável e acompanhadas por profissional capacitado.
Procure um nutricionista para que ele possa te avaliar individualmente e te direcionar para as melhores escolhas!
Referências:
- Santos, Raul D., et al. “I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular.” Arquivos Brasileiros de Cardiologia 100.1 (2013): 1-40. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2013000900001&script=sci_arttext
- Faludi, André Arpad, et al. “Atualização da diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose–2017.” Arquivos Brasileiros de Cardiologia 109.2 (2017): 1-76. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2017001100001&script=sci_arttext
- Qi Xiong, Qin Ru, et al.”Krill oil protects PC12 cells against methamphetamine-induced neurotoxicity by inhibiting apoptotic response and oxidative stress.” Nutrition Research, Volume 58, 2018. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0271531717311752
- Gouveia, Roberta de Araújo. “Efeitos psicofarmacológicos do óleo de krill em camundongos.” (2016). Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/tede/8803/2/arquivo%20total.pdf