Como fazer Chá Verde e como tomar

De sabor adstringente e aroma marcante o chá verde é um “clássico” entre os alimentos com propriedades funcionais, graças aos fitoquímicos bioativos que contém. As folhas para o preparo do chá verde são obtidas a partir de uma planta chamada Camellia sinensis. 

Antes de entender como fazer o chá verde e a forma de consumo adequada, vamos a algumas informações importantes a respeito deste chá….

Origem

Originário da China, o chá é cultivado e consumido pelas suas características de aroma, sabor e propriedades medicinais em mais de 160 países, especialmente os asiáticos.

Os chás de Camellia sinensis podem ser classificados em três tipos básicos: preto, verde e oolong, diferenciando-se pelo beneficiamento das folhas.

Chá preto: as folhas são fermentadas.

Chá verde: as folhas são apenas escaldadas e fervidas para garantir a preservação da cor.

Chás oolong: encaixam-se numa categoria intermediária, pois passam por um processo de fermentação mais brando e, por isso, têm aroma menos acentuado do que os pretos.

Dos três tipos de chás, o chá verde é o mais rico em compostos com atividades funcionais.

Efeito terapêutico do chá verde

O chá verde é um composto rico em catequinas, que são os seus principais componentes terapêuticos.

Nesse sentido, dentre suas atividades biológicas temos: a antidiabética, a antioxidante, a quimioprotetora, a anticarcinogênico (evita processos nos quais as células normais se transformam em células cancerígenas) e a antiinflamatória.

Destacando sua ação antioxidante contra os radicais livres (compostos que prejudicam a estrutura e o funcionamento das células saudáveis do corpo) que têm importante papel em processos patológicos como: na lesão tecidual, lesões de isquemia e reperfusão, aterosclerose, envelhecimento celular e carcinogênese.

O que os estudos revelam sobre o chá verde?

Propriedade antioxidante

A atividade antioxidante das catequinas do chá verde tem sido apontada como o principal fator contribuinte na prevenção e/ou no tratamento de diversas doenças crônico-degenerativas incluindo o câncer, as doenças cardiovasculares e o diabetes mellitus.

Em virtude da estrutura química das catequinas é que se atribui a propriedade antioxidante ao chá.

De maneira bem superficial, as catequinas podem capturar os radicais livres, considerados extremamente danosos aos lipídios, proteínas e DNA.

Sua atuação básica consiste em transferir elétrons para as espécies reativas de oxigênio, estabilizando-as e portanto as impedindo de causa danos aos tecidos e células.

Chá verde e doenças inflamatórias

Entre os vários efeitos biológicos do chá verde está o efeito inibitório na ação de substâncias liberadas pelo organismo em doenças inflamatórias, tais como artrite reumatóide e esclerose múltipla.

Estudos também provaram que os polifenóis presentes no chá são capazes de reduzir processos inflamatórios de outros tipos de artrite.

Chá verde e a saúde vascular

Estudos têm demonstrado uma relação inversa entre o consumo de flavonóides e a ocorrência de doenças cardiovasculares, ou seja, os compostos presentes no chá verde podem ser protetores do coração.

Os mecanismos implicados podem estar relacionados com a inibição da oxidação do colesterol “ruim” (LDL), inibição da agregação plaquetária, modulação da função endotelial e propriedades anti-hipertensivas.

Esses mecanismos atuam relaxando os músculos do sistema cardiovascular, contribuindo para a redução da pressão arterial e melhorando a circulação em geral.

Efeitos do chá verde sobre o controle do peso

A obesidade é atualmente um problema de saúde pública de grande prevalência nas sociedades ocidentais e representa um risco elevado para outras doenças crônicas não transmissíveis (pressão altas, diabetes e etc).

Estudos revelaram que algumas catequinas presentes no chá verde possuem capacidade de aumentar a termogênese e a oxidação das gorduras, evitando, dessa forma, o aumento no tamanho e quantidade de células que armazenam gorduras (os adipócitos), consequentemente, prevenindo o depósito de gordura no organismo e regulando o peso corporal.

Como fazer o chá verde e como tomar?

De acordo com um estudo que teve como objetivo encontrar a melhor maneira de preparar o chá verde a fim de extrair ao máximo os compostos bioativos do mesmo, a forma adequada de prepará-lo é:

  1. A partir da própria folha do chá verde;
  2. O tempo de infusão das folhas em água quente deve ser de pelo menos 5 minutos, sob agitação leve;
  3. Preparar quantidades maiores de chá por vez aumenta a eficiência na extração dos bioativos do chá. De acordo com esse estudo o ideal seria a proporção de 4g de folhas para 500ml de água;
  4. Pesquisadores observaram que a bebida preparada mostrava-se estável ao armazenamento em temperatura ambiente e em geladeira por até 24 horas, sem aparentes alterações em seus principais bioativos e sem perdas das suas propriedades antioxidantes.

Por fim, a American Dietetic Association preconiza que o consumo de 4-6 xícaras de chá verde ao dia é suficiente para se obter os efeitos benéficos do chá à saúde.

Outra sugestão é que deve ser consumido entre as refeições para não interferir na biodisponibilidade de nutrientes provenientes das grandes refeições.

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Referências:

  1. Lamarao, R. da C., Fialho, E. Aspectos funcionais das catequinas do chá verde no metabolismo celular e sua relação com a redução da gordura corporal. Rev. Nutr. Campinas ,  v. 22, n. 2, p. 257-269,  Apr.  2009. Disponível em: http://preaction.com.br/site/artigos/15.pdf
  2. Nishiyama, M.F. et al. Brazilian green tea (Camellia sinensis var assamica): effect of infusion time, mode of packaging and preparation on the extraction efficiency of bioactive compounds and on the stability of the beverage. Rev. Ciênc. Tecnol. Aliment. Campinas, v. 30(Supl.1): 191-196, May 2010. Access on 25 July 2018. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20612010000500029
  3. Senger, A. E. V., Schwanke, C. H. A., Gottlieb, M. G. V. Chá verde (Camellia sinensis) e suas propriedades funcionais nas doenças crônicas não transmissíveis. Sci. Med. Porto Alegre, v. 20, n. 4, p. 292-300, 2010. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/viewFile/7051/5939
  4. ADA Reports. Position of the American Dietetic Association: functional foods. J Am Diet Assoc. 2004; 104(5):814-26. Disponível em: https://jandonline.org/article/S0002-8223(09)00169-2/pdf

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