Adoçantes artificiais: O que são, tipos e como agem em nosso corpo
Na busca constante de redução das calorias, muitos recorrem aos adoçantes como uma estratégia para a perda de peso.
Porém, os adoçantes artificiais têm sido alvo de muita polêmica com relação aos seus supostos efeitos prejudiciais à saúde. Então, vamos conhecer um pouco mais sobre eles?
Veremos que existem muitas diferenças entre os variados tipos de adoçantes artificiais disponíveis no mercado, bem como na forma em que eles agem dentro do nosso corpo, depois que os consumimos.
O que são adoçantes artificiais
Os adoçantes artificiais, também conhecidos como edulcorantes, são substâncias químicas capazes de conferir ou intensificar o sabor doce nos alimentos, sem a utilização do açúcar comum (a sacarose).
Os adoçantes artificiais podem ser utilizados em qualquer alimento desejado, como sucos, cafés, chás, vitaminas, sobremesas etc.
Podem ser adquiridos em qualquer mercado, estando disponíveis isolados (adoçantes dietéticos) ou como parte dos ingredientes de algum produto, como por exemplo, em gomas de mascar, refrigerantes diet etc.
Tipos de adoçantes artificiais
Apesar de todos apresentarem a mesma função – adoçar os alimentos sem conferir a quantidade de calorias do açúcar – os adoçantes artificiais são muito diferentes com relação a sua composição química.
Isso justifica, por exemplo, a diferença que existe no sabor entre os diferentes tipos de adoçantes, e também porque alguns podem gerar ou não problemas de saúde.
Sacarina sódica e Ciclamato de sódio
O adoçante a base de sacarina sódica é um dos tipos mais antigos no mercado. Possui poder adoçante bem acentuado, cerca de 300 vezes mais que o açúcar (sacarose).
Porém, apresenta sabor residual amargo e metálico, apesar de ser uma característica muito variável, conforme a percepção individual.
A sacarina e o ciclamato de sódio são utilizados sempre em conjunto. O ciclamato de sódio, assim como a sacarina, é um dos pioneiros do mercado de adoçantes artificiais.
Embora possua poder adoçante menor – cerca de 30 vezes mais que a sacarose – o ciclamato não apresenta sabor amargo, permitindo ser utilizado em conjunto da sacarina para disfarçar seu gosto residual.
Características da Sacarina sódica
- Pode ir ao fogo ou ser adicionado à alimentos aquecidos.
- Calorias: Zero.
- Origem: Derivado do petróleo.
- Ingestão diária aceitável: 15 mg por Kg de peso/dia.
Características do Ciclamato de sódio
- Pode ir ao fogo ou ser adicionado à alimentos aquecidos.
- Calorias: Zero.
- Origem: Derivado do petróleo.
- Ingestão diária aceitável: 11 mg por Kg de peso/dia.
Acesulfame K
Entre todos os adoçantes artificiais, o acesulfame K é o mais estável a altas temperaturas. Possui poder adoçante 200 vezes maior que o açúcar comum. Além disso, não apresenta sabor residual, há não ser em grandes doses.
Não existem relatos de toxidez a partir do consumo de acesulfame K, fazendo dele um adoçante aparentemente seguro.
Características do Acesulfame K
- Pode ir ao fogo ou ser adicionado à alimentos aquecidos.
- Calorias: Zero.
- Origem: Derivado do ácido acético.
- Ingestão diária aceitável: 15 mg por Kg de peso/dia.
Aspartame
O aspartame é um adoçante artificial, que difere significativamente dos outros pelo fato de não poder ser levado ao fogo, uma vez que seu gosto doce é perdido quando aquecido. É também instável em alimentos ácidos.
O poder adoçante do aspartame é cerca de 200 vezes maior que o da sacarose.
Características do Aspartame
- Não pode ir ao fogo.
- Calorias: 4 kcal/g.
- Origem: Combinação de fenilalamina e ácido aspártico.
- Ingestão diária aceitável: 50mg por Kg de peso/dia.
Sucralose
A sucralose é um adoçante artificial bem aceito pelos brasileiros, pois possui sabor muito semelhante à sacarose, e sem gosto residual.
Apresenta poder adoçante 600 vezes maior que o da sacarose, além de ter boa estabilidade ao calor e a ácidos.
Seu uso foi aprovado em 1998 em vários países, incluindo o Brasil.
Características da Sucralose
- Pode ir ao fogo ou ser adicionado à alimentos aquecidos.
- Calorias: Zero.
- Origem: Produzido artificialmente a partir da cana de açúcar.
- Ingestão diária aceitável: 5 mg por Kg de peso/dia.
Neotame
O neotame é um adoçante artificial, aprovado pela FDA (Food and Drug Administration) em 2002. Apresenta poder adoçante 8000 vezes maior que o da sacarose.
Ele é um derivado do aspartame, sendo um produto extremamente doce. Porém, diferentemente do aspartame, o neotame é resistente a temperaturas elevadas.
Até o momento não foi verificado, em dosagens controladas, nenhum efeito tóxico ou cancerígeno resultante do consumo de neotame.
Características do neotame
- Pode ir ao fogo ou ser adicionado à alimentos aquecidos.
- Ingestão diária aceitável: 0,3 mg por Kg de peso/dia.
Resumo
Sacarina sódica: Adoça 300 vezes mais que o açúcar comum. Pode ser levada ao fogo. Zero calorias.
Ciclamato de sódio: Adoça 30 vezes mais que o açúcar comum. Pode ser levado ao fogo. Zero calorias.
Acesulfame-K: Adoça 200 vezes mais que o açúcar comum. Pode ser levado ao fogo. Zero calorias.
Aspartame: Adoça 200 vezes mais que o açúcar comum. Não pode ser levado ao fogo. 4 kcal/g.
Sucralose: Adoça 600 vezes mais que o açúcar comum. Pode ser levado ao fogo. Zero calorias.
Neotame: Adoça 8000 vezes mais que o açúcar comum. Pode ser levado ao fogo.
Adoçantes artificiais e consequências para o nosso corpo
Assim como os adoçantes artificias diferem em algumas características entre si, as suas ações no corpo humano também variam para cada tipo.
Os adoçantes a base de sacarina e ciclamato estão entre os adoçantes menos recomendados para o consumo.
Apesar de existirem estudos que apontem o ciclamato como cancerígeno, o que resultou na sua proibição de uso nos EUA no passado, não existem evidências científicas que comprovem esse efeito em seres humanos.
Entretanto, o consumo de sacarina e ciclamato não é indicado, principalmente para pessoas que sofrem de pressão alta, uma vez que possuem sódio na sua composição.
Já com relação ao aspartame, além de não ser indicada sua utilização em alimentos que precisem ir ao fogo ou aquecidos, seu consumo não é recomendado para pessoas portadoras de fenilcetonúria, que é uma doença genética.
Nesses casos, o consumo de aspartame pode levar a quadros de depressão, dores de cabeça, entre outros sintomas. Além disso, alguns estudos indicam o aspartame como um produto tóxico e possivelmente cancerígeno.
No geral, ainda não se sabe até que ponto os adoçantes artificiais podem ser perigosos ou não. Essa questão ainda é muito discutida pela comunidade científica. Dessa forma, os estudos existentes até o momento são muito controversos, de forma que ainda não existe um consenso sobre possíveis riscos para a saúde.
Porém, sabe-se que esses produtos devem ser evitados, principalmente, por crianças, gestantes e mulheres que amamentam, pois podem causar anomalias de desenvolvimento neurológico.
Resumo
Os efeitos no corpo variam conforme o tipo de adoçante, sendo os a base de sacarina e ciclamato os tipos menos recomendados, por estimularem o aumento da pressão arterial.
Os adoçantes a base de aspartame não podem ser consumidos por pessoas com fenilcetonúria (doença genética).
Gestantes, mulheres que amamentam e crianças devem evitar o consumo de adoçantes artificiais.
Diferenças entre adoçantes artificiais e adoçantes naturais
Os adoçantes naturais surgiram como uma alternativa para os artificiais, devido a desconfiança com relação a saúde entre os mesmos.
Assim como os adoçantes artificiais, os adoçantes naturais possuem a função de adoçar os alimentos.
No geral, os adoçantes naturais oferecem mais calorias. Porém, eles possuem a vantagem de serem considerados seguros, não tóxicos e não cancerígenos.
Existem diversos tipos de adoçantes naturais, cada um com suas características particulares. São eles:
- Esteviosídeos (Stévia)
- Manitol
- Lactose
- Sorbitol
- Xilitol
- Maltodextrina
- Frutose
Saiba mais detalhes sobre os melhores adoçantes naturais aqui.
Resumo
Adoçantes naturais são mais calóricos que os adoçantes artificiais.
Adoçantes naturais são considerados mais seguros para a saúde.
Como consumir adoçantes artificiais
A utilização dos adoçantes, sejam eles artificiais ou naturais, pode ser válida na busca da perda de peso, e também por pacientes diabéticos. Entretanto, esse consumo deve ser feito com muita cautela.
A procura por um nutricionista é importante nesse processo, pois esse é o profissional adequado para orientar a quantidade diária de adoçante considerada segura na dieta, visando prevenir possíveis males à saúde.
Além disso, vale lembrar que o uso de adoçantes jamais deve ser a única estratégia adotada quando deseja-se o emagrecimento. Alimente-se bem sempre, e procure seu nutricionista para que esse procedimento ocorra da maneira correta, evitando prejuízos nutricionais.
E, por fim, agora que você já conhece sobre os diferentes tipos de adoçantes, não esqueça de olhar o rótulo antes de adquirir o seu. Pois somente assim, estudando o que estamos comprando, que podemos fazer as melhores escolhas.
Referências:
- Natividade, DP. Uso de adoçantes dietéticos: orientações para profissionais de saúde e de ensino. Dissertação de mestrado. Ciências de saúde e do meio ambiente. Centro Universitário de Volta Redonda. 2011. Disponível em: http://web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/d_35.pdf
- Carvalho, LC. Estudos termoanalíticos dos edulcorantes acessulfame-K, aspartame, ciclamato, esteviosídeo e sacarina. Dissertação de mestrado. Universidade de São Paulo. 2007.
- Camile, SSM. et al. Efeitos dos diferentes tipos de adoçantes dietéticos isolados nos parâmetros nutricionais e bioquímicos de ratos. Nutrire. 2015; 40(2): 153-161. Disponível em: http://sban.cloudpainel.com.br/files/revistas_publicacoes/461.pdf
- CUPPARI, Lilian et al. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da EPM – UNIFESP – Nutrição Clínica no Adulto. 3 ed. Barueri: Manole, 2015. 578 p.