A sibutramina é um medicamento que já causou bastante polêmica e muitas dúvidas. Descubra mais sobre ele.
O que é o cloridrato de sibutramina
O cloridrato de sibutramina é uma substância utilizada no tratamento de obesidade e vendida apenas com prescrição médica. O medicamento é recomendado para pacientes com um índice de massa corpórea (IMC) maior ou igual a 30 kg/m².
A substância surgiu como um antidepressivo, mas observou-se o efeito na redução do apetite como um efeito colateral, assim, o remédio passou a ser usado como emagrecedor.
A sibutramina tem registro válido no Brasil desde 1998, o medicamento emagrecedor com registro válido mais antigo no Brasil. Atualmente, 13 fabricantes têm registro e autorização para produzi-lo e há 22 sibutraminas disponíveis no mercado brasileiro.
Como a sibutramina funciona e ela auxilia no emagrecimento?
O mecanismo de ação do medicamento se dá principalmente via sistema nervoso central, a sibutramina age especialmente sobre dois neurotransmissores, a serotonina e a noradrenalina, e provoca a sensação de saciedade e auxilia no controle da fome.
Além da redução da ingestão de alimentos pelo aumento da saciedade e diminuição da fome, a sibutramina ainda tem atuação na prevenção do declínio do gasto energético que, frequentemente, segue a perda de peso.
Apesar de seus efeitos promissores, a sibutramina não deve atuar sozinha, deve ser utilizada como parte de um programa de perda de peso, supervisionado por um médico e nutricionista, incluindo uma dieta com redução de calorias e atividade física apropriada.
Há ainda variações na resposta ao tratamento, por isso o acompanhamento individualizado é fundamental, pois as doses podem ser maiores ou menores, assim como existe a necessidade de monitoramento constante de possíveis efeitos colaterais.
Efeitos colaterais e contraindicações
Em 2011, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) retirou do mercado algumas substâncias inibidoras de apetite para combater a obesidade, os laboratórios que tinham registro desses produtos no Brasil não apresentaram estudos de eficácia e segurança dentro dos padrões exigidos pela Anvisa e cobrados em outros países do mundo. Além disso, uma revisão da literatura científica apontou que os riscos relacionados ao uso de inibidores de apetite do tipo anfetamínicos eram maiores que o seu benefício.
Na mesma época, a sibutramina também foi reavaliada, mas, neste caso, ficou demostrado que o seu benefício era maior que o seu risco, desde que utilizada adequadamente e para determinados perfis de pacientes. Então, o controle sobre a sibutramina foi reforçado com a criação de uma receita especial para prescrição e comercialização do produto.
Contraindicações
Via de regra, o cloridrato de sibutramina é contraindicado para indivíduos com índice de massa corpórea (IMC) menor que 30kg/m2, ou seja, para haver a indicação do uso, o paciente deve apresentar obesidade.
Há contraindicação para pessoas com história de doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca congestiva, taquicardia (aumento da frequência cardíaca), doença arterial obstrutiva periférica, arritmia ou doença cerebrovascular e pacientes com histórico de diabetes mellitus tipo 2 com pelo menos um outro fator de risco, mas sem histórico de doença de artérias coronarianas, doença cerebrovascular, ou doença vascular periférica preexistente.
A sibutramina é também contraindicada para crianças, adolescentes e idosos acima de 65 anos.
Possíveis efeitos colaterais
Efeitos bastante comuns do uso da sibutramina são a constipação intestinal (redução da frequência de evacuações), boca seca e insônia.
Alguns pacientes ainda podem apresentar taquicardia (aumento da frequência cardíaca), palpitações, aumento da pressão arterial/hipertensão, vasodilatação (vermelhidão, ondas de calor), náuseas, piora da hemorroida, delírios/tonturas, parestesia (sensações na pele como frio, calor, formigamento, pressão), dor de cabeça, ansiedade, sudorese (suor intenso) e alterações do paladar.
Como é utilizado este medicamento
Mais uma vez é fundamental lembrar que o cloridrato de sibutramina deve ser utilizado apenas sob orientação médica!
A dose inicial recomendada é de 1 cápsula de 10 mg por dia, administrada por via oral, ingerida pela manhã, com um pouco de líquido, antes ou após a alimentação. Caso não ocorra perda de pelo menos 2 kg nas primeiras 4 semanas de tratamento, o médico deve reavaliar o tratamento, que pode incluir um aumento da dose para 15 mg ou a suspensão do tratamento com sibutramina. Doses acima de 15 mg ao dia não são recomendadas!
Sempre que houver mudança na dose proposta para o tratamento, deve-se ter atenção para o controle da frequência cardíaca e da pressão arterial. Caso ocorra elevação de pressão arterial ou da frequência cardíaca, o médico deve ser avisado.
Conclusão
O cloridrato de sibutramina pode atuar como parte do tratamento de perda de peso para indivíduos obesos, que já tenham feito tentativas com dieta e exercícios sem bons resultados e sempre com acompanhamento médico!
Referências:
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Sibutramina e remédios para emagrecer – entenda. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/rss/-/asset_publisher/Zk4q6UQCj9Pn/content/id/3423550. Acesso em 14 de janeiro de 2019.
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=5301392015&pIdAnexo=2684697. Acesso em 14 de janeiro de 2019.