Ainda navegando pelo universo dos óleos, os vegetais representam um dos principais produtos extraídos de plantas.
Aproximadamente 2/3 dos óleos vegetais são usados em produtos alimentícios, o que ilustra a grande participação dos mesmos na dieta humana.
Neste contexto, o óleo de girassol é considerado um produto nobre por suas qualidades nutricionais.
Mas afinal, para que o óleo de girassol serve e quais suas qualidades?
Origem
O girassol é uma planta originária da América do Norte e da América Central.
Seu nome científico é Helianthus annuus L. e faz parte da família das Compositae, também conhecidas como margaridas.
É uma espécie anual, com caule grosso, ereto, robusto, de rápido crescimento e tem poucas ramificações no ápice. Pode atingir altura de 2 a 3 metros.
Atualmente é cultivado em todos os continentes, e de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) do ano de 2013 a Rússia lidera como maior produtor mundial, seguida da Ucrânia, Argentina e Turquia.
Características
O óleo de girassol é límpido, de cor amarelo dourado claro, com odor e sabor suave característico. Sendo bastante utilizado para o preparo de alimentos, como saladas, cozidos, conservas e pratos finos.
Extração do óleo e aplicações
A partir de suas sementes é possível extrair o óleo que é comestível e tem alta qualidade nutricional.
Este óleo tem ampla aplicação na indústria de alimentos, pois a quantidade de gorduras saturadas é menor que a dos óleos de soja e milho. E tem largo uso como óleo de cozinha de alta qualidade.
Além disso, seu bagaço é utilizado como matéria-prima para tortas, forrageiras, para a alimentação do gado e em fertilizantes para a lavoura.
A extração do óleo de girassol pode ser feita de duas maneiras:
- Artesanal: a produção é feita em pequena escala e o óleo é obtido pela prensagem contínua dos grãos. Depois disso o óleo é filtrado e/ou decantado para separação de resíduos;
- Industrial: as sementes são prensadas e o óleo passa por extratores nos quais a extração é feita pela utilização de algum solvente.
O girassol é tão versátil que no Brasil vem sendo utilizado inclusive como matéria-prima para a produção de biodiesel.
Nesse sentido, por ser uma substância biodegradável, não tóxica, e com pequena quantidade de componentes cancerígenos foi denominado de “combustível ecológico”.
Propriedades nutricionais
O óleo de girassol é considerado um óleo benéfico nutricionalmente devido ao seu alto teor de ácido linoléico, um ácido graxo essencial, o ômega 6, que auxilia na prevenção de doenças cardiovasculares e de hipercolesterolemia (colesterol alto), na função vascular e sistema imune.
Os ômegas 6 são denominados essenciais uma vez que não são produzidos pelo organismo, sendo obtidos apenas através da dieta, e também desempenham função vital em funções fisiológicas. Esses ácidos participam das estruturas de membranas celulares, influenciando na viscosidade sanguínea.
Alguns pesquisadores observaram que, quando houve substituição de gordura saturada por monoinsaturada
na dieta (o que é o caso dos ômegas 6), houve a redução dos níveis de colesterol total e de LDL (o colesterol “ruim”), sem alteração significativa dos níveis de HDL (o colesterol “bom”).
Além disso, o óleo de girassol é rico em vitamina E, um importante antioxidante que auxilia no retardo do envelhecimento precoce das células e no fortalecimento das defesas no organismo.
Como vimos em post anterior, a vitamina E tem a capacidade de impedir a propagação dos danos acarretados pelo estresse oxidativo, associados a doenças específicas, como câncer, artrite, catarata e envelhecimento das membranas biológicas.
Na Europa já se utiliza o farelo desengordurado e a concentração protéica de girassol na alimentação infantil e de animais domésticos, até servindo de base para temperos, doces, massas, entre outros.
Propriedades terapêuticas
O girassol também é amplamente utilizado na indústria farmacêutica, por sua característica emoliente, auxiliando na hidratação da pele e cabelos, e por ter bom espalhamento e deslizamento sobre a pele.
Além disso, as altas concentrações de ácido linoleico torna o óleo de girassol potencialmente efetivo na indução da cicatrização e reparação de tecidos.
Muitos pesquisadores que estudaram as propriedades terapêuticas deste óleo citam um bacteriologista russo – Karach – que propõe que o simples fato de bochecharmos o óleo de girassol promove um processo de cura no organismo.
Este processo permitiria curar simultaneamente células, tecidos e órgãos de nosso corpo impedindo a destruição da microflora, indicando essa prática para problemas como dores de cabeça, bronquite, dor de dente, tromboses, artroses, eczemas, úlcera, problemas intestinais, cardíacos, renais, encefalite e diversas doenças da mulher, além de ajudar os sistemas circulatório, nervoso, digestivo e respiratório na prevenção de doenças crônicas.
Sem dúvida é uma alimento que deve e pode ser incluído na alimentação.
Porém, devemos consumi-lo com bom senso, e sempre associado a uma alimentação equilibrada e hábitos saudáveis.
E aí, o que você achou de tanta versatilidade e propriedades benéficas desse alimento?
Referências:
- Agência EMBRAPA de Informação tecnológica. disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agroenergia/arvore/CONT000fj1om7kf02wyiv802hvm3jaupb6fn.html
- E. L. de Oliveira. Girassol – breve revisão. 2016. Disponível em: http://tcconline.utp.br/media/tcc/2016/10/GIRASSOL-BREVE-REVISAO.pdf
- Food and Agriculture Organization (FAO). 2013.
- Sequeira, L. C. C. A cura pelo óleo de girassol. Instituto Ahau. Disponível em:
http://www.ahau.org/oleogirassol.0.html