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O que são terpenos, benefícios para a saúde e utilidades

Alguns componentes presentes nas plantas possuem características que, além da proteção para o próprio vegetal, também fornecem benefícios à nossa saúde.

Os terpenos são exemplos de componentes que podem contribuir positivamente para o nosso organismo. Vamos conhecê-los?

O que são terpenos

Alguns componentes dos alimentos possuem atividade biológica e podem fornecer efeitos benéficos à saúde. Os componentes provenientes de plantas são conhecidos como fitoquímicos.

A função básica dos compostos fitoquímicos é de auxílio à planta quanto a se proteger dos insetos, parasitas, vírus, radicais livres e também contribuir com a proteção dos danos que o vegetal pode sofrer ao longo do seu ciclo de vida.

Porém, além dos benefícios à planta, os fitoquímicos também podem produzir alguns efeitos protetores ao organismo humano quando ingeridos com frequência em nossos planos alimentares.

A classificação dos fitoquímicos é feita com base na sua estrutura química, bem como na atividade biológica ou “função” que apresentam. Os principais compostos fitoquímicos estudados até hoje são os terpenos (por exemplo, carotenoides e saponinas), polifenóis (como os flavonoides), fitoestrogênios (ex: isoflavonas), polissacarídeos, fitoesteróis, entre outros.

Benefícios dos terpenos para a saúde

Os terpenos são compostos amplamente distribuídos pela natureza que permitem a comunicação entre a planta e o meio ambiente e, como dissemos acima, oferecem ao vegetal defesa contra agentes de estresse, protegem a planta do calor e de microorganismos.

Mas além disso, os terpenos também são utilizados como óleos essenciais, e são presença garantida há centenas de anos com função constituinte de cosméticos, perfumes, solvente ou até mesmo como matéria-prima para a produção de tintas, ceras, e como composto para intensificar os aspectos sensoriais dos alimentos.

Benefícios antioxidantes

Além de contribuir como provedores de sabor aos alimentos, os terpenos são apontados como responsáveis pelas atividades antioxidantes das especiarias.

E como sabemos, a atividade antioxidante é importantíssima para o nosso organismo, pois funciona como neutralizadora de radicais livres que são substâncias presentes em nosso organismo.

Entre outras consequências, os radicais livres são responsáveis por “desequilibrarem” a saúde do organismo podendo causar morte de células, doenças degenerativas e envelhecimento.

Benefícios para o coração

Além da atividade antioxidante, os terpenos vêm sendo estudados como compostos de atividades anti-hipertensivas, ou seja, contra a pressão alta.

Dos efeitos protetores apresentados pelos terpenos, podemos destacar essa atividade benéfica para o sistema cardiovascular. Vários estudos já apresentaram resultados que relatam o potencial de terpenos causando atividades de “relaxamento” dos vasos sanguíneos, hipotensivas, ou seja, de diminuição da pressão arterial e também na diminuição da frequência cardíaca.

Contra o câncer

Os compostos terpenoides também são considerados muito importantes como substâncias complementares para as terapias contra o câncer, em especial contra o câncer de próstata.

São facilmente extraídos dos vegetais, além de facilmente encontrados na natureza e por isso, algumas pesquisas demonstram que os terpenos são alternativas viáveis a serem incorporados nos protocolos de quimioprevenção do câncer de próstata.

Além dos benefícios já citados, outros estudos relatam a importância dos terpenos como substâncias de capacidade anti-inflamatória, protetoras do sistema gástrico, antibacteriana e antifúngica.

Como utilizar e recomendações

Presentes nos alimentos e especiarias como cravo, alecrim, gengibre, limão, laranja, orégano, sálvia, coentro, entre outros, os terpenos são especialmente utilizados como óleos essenciais.

Tanto como compressas para alguma região do corpo que tenha sofrido alguma lesão, como aromatizadores para ambientes, inalação para melhora do sistema respiratório, limpeza, e outras inúmeras aplicações.

Os óleos essenciais de alecrim e canela podem ser utilizados como antissépticos. Óleos de malaleuca, hortelã, erva-doce e camomila são interessantes como analgésicos.

Lavanda, menta e eucalipto são super aromatizadores, enquanto o óleo essencial de laranja pode até ser utilizado como desodorante.

Caso os óleos sejam utilizados na pele, é importante que se atente a possível irritação. Por isso não se deve colocá-los direto sem um “carreador”, ou seja, sem adição de um outro óleo vegetal para diminuir a concentração do óleo essencial.

Caso queira utilizar com função de inalação, adicione algumas gotas do óleo em água quente. Já para tratamento dos cabelos, os óleos essenciais devem ser adicionados ao shampoo.

Procure sempre se garantir quanto a procedência do óleo essencial, pois ele deve ser completamente natural e armazenado em ambiente livre de luz.

Não utilize qualquer óleo essencial sem orientação de um profissional. Essas substâncias são extremamente benéficas à saúde, porém devem ser utilizadas com direcionamento e quantidades adequadas para cada caso.

Referências:

  1. Pinto-Zevallos, Delia M., et al. “Compostos orgânicos voláteis na defesa induzida das plantas contra insetos herbívoros.” Quim Nova 36 (2013): 1395-1405. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422013000900021
  2. Del Ré, P. V., and N. Jorge. “Especiarias como antioxidantes naturais: aplicações em alimentos e implicação na saúde.” Revista Brasileira de Plantas Medicinais (2012): 389-399. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/21921/S1516-05722012000200021.pdf?sequence=1&isAllowed=y
  3. de Medeiros, Viviane Priscila Barros, et al. “Identificação da microbiota fúngica anemófila em uma indústria de polpas de frutas e susceptibilidade antifúngica a terpenos.” Revista do Instituto Adolfo Lutz 74.3 (2015): 266-273. Disponível em: http://www.ial.sp.gov.br/resources/insituto-adolfo-lutz/publicacoes/rial/10/rial74_3_completa/pdf/artigosseparados/1661.pdf
  4. Souza, Américo Azevedo de, et al. “Terpenos com aplicação cardiovascular.” (2015). Disponível em: https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/1727/1/TerpenosAplicacaoCardiovascular.pdf
  5. Matus, María Francisca, Manuel Jorquera-Román, and Jessica Zúñiga-Hernández. “Efecto anti-proliferativo de los terpenos en células de cáncer de próstata humana: Fuentes naturales y su rol potencial como agentes quimiopreventivos.” Revista chilena de nutrición 44.4 (2017): 371-382. Disponível em: https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?pid=S0717-75182017000400371&script=sci_arttext&tlng=en