Os alimentos funcionais podem conter ingredientes com propriedades terapêuticas, como fibras alimentares, oligossacarídeos, carotenoides, proteínas, peptídeos, prebióticos, probióticos, simbióticos, fitoquímicos e ácidos graxos poli-insaturados.
O colágeno é um desses ingredientes que possuem características funcionais. Mas, o que é colágeno e como utilizar?
Confira o texto e entenda um pouco mais!
O que é colágeno?
O colágeno é uma proteína de origem animal, cuja função no organismo é impedir a deformação dos tecidos, dando sustentação às células e as mantendo unidas. Ainda, mantém a integridade dos ossos e cartilagens e promove elasticidade e regeneração de alguns órgãos.
Essa proteína pode ser encontrada na pele, nos dentes, nos ossos, nos tendões, nas cartilagens, nas unhas, nos cabelos, nos vasos sanguíneos, nas articulações e também nos músculos.
O colágeno compõe cerca de 25% a 30% de toda a proteína corporal, ou seja, é uma das proteínas mais abundantes em nosso corpo e é produzido pelo próprio organismo, por diferentes tipos de células, sendo que, dependendo das necessidades do organismo, o colágeno pode apresentar diferentes graus de rigidez, elasticidade e força de tensão, sendo classificado em diferentes tipos de colágeno (colágeno tipo I, II, III, V e etc).
No entanto, no início da fase adulta, por volta dos 30 anos, a deficiência dessa proteína começa a ser notada, pois o organismo diminui sua produção.
Já a partir dos 50 anos de idade, tal produção reduz de forma mais significativa, em torno dos 35% necessários para os órgãos de sustentação, aumentando a fragilidade dos ossos e articulações, complicações agravadas ainda pela menopausa.
Nessa fase da vida, uma alimentação saudável, balanceada e rica em colágeno, a partir das carnes bovinas, de frango e suínas, por exemplo, que são excelentes fontes dessa proteína, passa a não ser suficiente.
Assim, em alguns casos, alguns indivíduos recorrem à suplementação de colágeno.
A partir do colágeno são obtidos a fibra de colágeno, o colágeno parcialmente hidrolisado (gelatina) e o colágeno hidrolisado.
Resumo:
Colágeno é uma proteína de origem animal, extremamente abundante em nosso corpo, responsável por dar sustenção e integridade aos ossos, cartilagens e órgãos como a pele. Sua suplementação passa a ser importante especialmente à partir dos 50 anos devido a queda da produção natural dela pelo nosso corpo.
Gelatina
A gelatina é amplamente utilizada na indústria de alimentos, cosméticos e fármacos.
Possui habilidade de formar géis estáveis e reversíveis. Obtido a partir dos tecidos conjuntivos dos animais, com maior concentração nas cartilagens e nos ligamentos das juntas ósseas.
Colágeno hidrolisado
O colágeno hidrolisado é uma proteína natural derivada do colágeno nativo, é extraído da pele ou de ossos de animais, utilizando-se enzimas. Muito utilizado por sua capacidade de retenção de água e alto teor proteico (84 a 90%).
Nos últimos anos houve crescente aumento no interesse da indústria alimentícia pelo colágeno e gelatina, a fim de substituir o material sintético pelo natural devido às suas propriedades, aumentando o interesse pela aplicação industrial de colágeno em suplementos alimentares e em produtos alimentícios, como iogurtes, embutidos, chás, sucos e em sobremesas como gelatina, pudins e maria-mole.
Esses alimentos adicionados de colágeno podem ser utilizados em tratamentos para melhorar a elasticidade e firmeza da pele e prevenção de doenças, como a osteoartrite, osteoporose, hipertensão e úlcera gástrica.
Suplementação e como utilizar o colágeno
O colágeno hidrolisado, reconhecido como um ingrediente alimentício pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), vem sendo estudado como alternativa de suplemento relacionado a benefícios para a saúde da pele e das articulações.
Tal suplementação tem como objetivo estimular a produção de colágeno pelo corpo, da seguinte forma: os aminoácidos (as menores “partes” que formam as proteínas, inclusive o colágeno) absorvidos passam a agir como mensageiros, promovendo a produção e a reorganização de novas fibras de colágeno, melhorando a firmeza e a elasticidade da pele, assim como o metabolismo da cartilagem.
Toda e qualquer suplementação alimentar deve ser individualizada e orientada por um médico ou nutricionista, no entanto, de modo geral, estudos científicos tem mostrado resultados positivos com um consumo entre 8 a 10g de colágeno ao dia (através do colágeno hidrolisado ou da própria gelatina), especialmente após os 30 anos, para que um adulto possa obter os efeitos benéficos na saúde das articulações, ossos e pele.
É possível encontrar no mercado, em drogarias e em lojas online o colágeno vendido através de pós, cápsulas, balas, shakes e até mesmo em alimentos enriquecidos.
Importante:
- Atente-se sempre a quantidade de colágeno presente nos produtos. Muitos apresentam baixa dosagem, sem benefícios algum ao organismo;
- A administração de colágeno hidrolisado em pó não é recomendada para pessoas portadoras de doenças renais e hepáticas como níveis elevados de ácido úrico, pois o excesso de colágeno é excretado na forma de ureia.
Resumo:
A utilização como suplemento do colágeno hidrolisado (ou da própria gelatina) deve ser feita através de uma ingestão entre 8 a 10g diárias e é recomendado especialmente após os 30 anos de idade.
Colágeno e vitamina C
Uma importante questão é a relação entre a suplementação ou consumo de colágeno através da alimentação e a ingestão de vitamina C, um poderoso antioxidante.
Tal associação torna-se uma estratégia interessante para manter o tônus e a firmeza da pele, uma vez que essa vitamina exerce papel fundamental no crescimento e reparação do tecido conjuntivo estando diretamente ligada na produção de colágeno pelo organismo.
A vitamina C é facilmente encontrada em frutas cítricas, como a laranja, o limão e a mexerica. Confira aqui uma lista de alimentos ricos em vitamina C e também quais são seus benefícios à saúde.
Por outro lado…
Alguns profissionais de saúde e estudiosos no assunto, no entanto, não são a favor da suplementação de colágeno e recomendam apenas uma alimentação balanceada e equilibrada em fontes alimentares de proteínas de origem vegetal (como os cogumelos, os feijões, a soja) e também de origem animal (como o leite, os queijos, os ovos e as carnes em geral).
A justificativa para tal baseia-se na ideia de que, sendo o colágeno uma proteína, quando o mesmo é consumido através de uma cápsula, por exemplo, terá que ser digerido ou “quebrado” em aminoácidos, os compostos menores que formam essas proteínas, pois só assim poderão ser absorvidos e aproveitados pelo corpo.
Ou seja, não necessariamente esses aminoácidos se transformarão em colágeno novamente.
Tal suplementação agiria da mesma forma que a alimentação. Por exemplo, quando ingerimos um filé mignon grelhado, o corpo utilizará as proteínas (e consequentemente os aminoácidos que as formam) presentes nessa carne dependendo de suas próprias necessidades, utilizando para produzir colágeno, ou não.
A fim de melhorar a produção de colágeno pelo próprio organismo, especialistas recomendam o consumo adequado, ou ainda, a suplementação de vitamina C, licopeno (presente em abundância no tomate) e alguns minerais específicos, como o zinco, otimizando assim a resposta da pele às técnicas de estímulo de produção da proteína.
Sendo assim, é essencial buscar auxílio de um profissional qualificado que, acompanhando sua composição corporal, seus exames clínicos e laboratoriais além, é claro, da sua rotina e hábitos alimentares, poderá de forma individualizada e mais assertiva indicar ou não a necessidade de suplementação de colágeno.
E lembre-se sempre: a prática de exercícios físicos regularmente, uma alimentação equilibrada, uma correta hidratação, além de evitar hábitos como fumar e ingerir bebidas alcóolicas em excesso, são fundamentais para manter a saúde em dia!
Agora, confira mais um texto sobre o assunto: Qual a diferença entre gelatina, colágeno e glucosamina e qual o melhor?
Referências:
- GONÇALVES, Gleidiana Rodrigues et al. Benefícios da ingestão de colágeno para o organismo humano. Revista Eletrônica de Biologia (REB). ISSN 1983-7682, [S.l.], v. 8, n. 2, p. 190-206, ago. 2015. ISSN 1983-7682. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/reb/article/view/18568
- FERREIRA DA SILVA, Tatiane; BARRETTO PENNA, Ana Lúcia. Colágeno: Características químicas e propriedades funcionais. Rev. Inst. Adolfo Lutz (Impr.), São Paulo, v. 71, n. 3, 2012. Disponível em: http://www.ial.sp.gov.br/resources/insituto-adolfo-lutz/publicacoes/rial/rial71_3_completa/1500.pdf
- GERMANO, Maria da Conceição Matos et al. COLÁGENO E OS BENEFÍCIOS PARA PELE. Mostra Científica da Farmácia, [S.l.], v. 3, n. 1, jul. 2017. ISSN 2358-9124. Disponível em: http://publicacoesacademicas.fcrs.edu.br/index.php/mostracientificafarmacia/article/view/1226