Algumas dietas ficaram muito conhecidas por prometerem resultados significativos em pouco tempo, o que é o caso da dieta Páleo (ou dieta Paleolítica). Mas, afinal, o que é e como funciona esta dieta?
O que é a dieta Paleolítica?
Baseada na dieta dos nossos antepassados (10.000 a.c.), os caçadores e os coletores, a dieta paleolítica inclui alimentos que são encontrados na natureza, ou seja, alimentos “não processados”, e tem como uma de suas propostas o combate da resistência à insulina.
Esses indivíduos consumiam, principalmente, carnes e vísceras animais, peixes, vegetais, frutas, sementes e castanhas. Além disso, não havia o cultivo naquela época, já que nossos ancestrais eram nômades.
Um ponto importante da dieta páleo é a redução do consumo de carboidratos simples, favorecendo assim o emagrecimento. Pode ser considerada uma dieta low carb.
Como a dieta paleolítica funciona?
Atualmente, a alimentação tem sido baseada em alimentos industrializados e em grandes quantidade de alimentos ricos em carboidratos simples (pães brancos, biscoitos, doces, refrigerantes e etc), o que pode levar ao excesso de peso, aumento de gordura corporal e à doenças crônicas, como o diabetes.
Diante disso, a dieta páleo é baseada na ingestão de determinados alimentos, sendo possível obter o emagrecimento natural, de maneira saudável e sem esforços intensos ou restritivos, segundo os defensores desse plano alimentar.
A dieta páleo não recomenda o controle de calorias, nem uma dieta específica. Sua principal recomendação é de que os alimentos sejam de qualidade e consumidos corretamente.
Proteínas
As carnes (bovina, suína, de frango e peixe) são as principais fontes de proteínas da dieta páleo. Esses alimentos apresentam as proteínas de alto valor biológico, ou seja, aquelas que contêm – em quantidades significativas – todos os aminoácidos essenciais que o corpo necessita para manter suas atividades. Esses aminoácidos não são produzidos pelo organismo, daí a importância de consumi-los através da dieta.
As proteínas são essenciais para a formação e manutenção da saúde de diversos tecidos corporais, como os músculos, a pele, o cabelo e as unhas. Ainda, é essencial para a produção de substâncias que regem o funcionamento do corpo, como os hormônios, as enzimas e até mesmo os anticorpos, as células do sistema de defesa do corpo (sistema imunológico)! As proteínas também participam da contração muscular.
Carboidratos
No período paleolítico, a maior fonte alimentar de carboidratos era basicamente composta pelos legumes, verduras e frutas, indicando um menor índice glicêmico, quando comparado às massas, pães e cereais consumidos atualmente.
Além disso, esses alimentos apresentam um importante aporte de fibras, nutrientes essenciais para o controle da glicemia (quantidade de açúcar no sangue), para a sensação de saciedade e também para o correto funcionamento do intestino.
Uma dieta rica em verduras, legumes e frutas também é sinônimo de uma alimentação rica em vitaminas, minerais e antioxidantes, compostos que ajudam no combate aos radicais livres, os quais prejudicam a estrutura e o funcionamento das células saudáveis do corpo. Esses alimentos são grandes aliados no combate ao envelhecimento precoce e ao bom funcionamento do sistema imune.
Gorduras
Outro fator importante e muito discutido sobre a alimentação paleolítica é o fato de ser rica em gorduras monoinsaturadas e em ômega 3, pelo alto consumo de peixes, sementes (como linhaça e chia) e as oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas), relacionados com a redução da obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Sódio X Potássio
Por muitos anos o metabolismo humano envolve a retenção de sódio e a excreção de potássio em resposta a uma alimentação que era pobre em sódio e rica em potássio. No entanto, com o início da agricultura e a industrialização dos alimentos, houve uma importante queda no consumo alimentar de potássio contribuindo para o desenvolvimento de diversas doenças.
A dieta paleolítica é rica em potássio e pobre em sódio, principalmente pelo alto consumo de frutas, verduras e legumes, ao contrário da dieta ocidental. Esse ponto, segundo especialistas, favorece a diminuição do risco de doenças como a pressão alta e o diabetes.
Por que os alimentos industrializados estão altamente vetados?
A maioria dos alimentos industrializados possui em sua composição carboidratos refinados (farinha e açúcar branco) e estes alimentos possuem uma baixa quantidade de fibras e um alto índice glicêmico. Isso faz com que estes sejam absorvidos com mais rapidez no organismo devido à ativação de uma grande quantidade de insulina.
Estes alimentos também possuem uma grande porcentagem de corantes, estabilizantes e conservantes, que podem causar intoxicações, alergias e até mesmo o aparecimento de doenças.
Quais alimentos podem ser consumidos na dieta paleolítica?
• Carnes em geral: bovina, suína, aves, cordeiro;
• Ovos;
• Peixes e frutos do mar em geral: atum, salmão, mariscos, lula, camarão;
• Legumes: brócolis, couve, pimentão, cebola, cenoura, couve-flor;
• Frutas: maçã, banana, laranja, pera, abacate, morango;
• Oleaginosas e sementes: amêndoas, nozes, castanhas, sementes de girassol, sementes de abóbora;
• Gorduras e óleos: banha, óleo de coco, azeite de oliva;
• Sal e especiarias: sal, alho, açafrão, alecrim e etc.
Quais alimentos não podem ser consumidos na dieta paleolítica?
• Açúcar e xarope de milho de alta frutose: refrigerante, sucos de frutas, açúcar de mesa, doces;
• Cereais: inclui pães, arroz e massas, trigo, espelta, centeio, cevada;
• Leguminosas: feijões, lentilha, ervilha, grão de bico, soja;
• Laticínios: evite a maioria dos produtos lácteos, especialmente de baixo teor de gordura (algumas versões da dieta páleo incluem manteiga e alguns tipos de queijos);
• Óleos vegetais: óleo de soja, óleo de girassol, óleo de semente de algodão, óleo de milho, óleo de semente de uva, óleo de cártamo e outros;
• Gorduras trans: encontrada em margarinas e vários alimentos processados. Geralmente referidos como óleos “hidrogenados” ou “parcialmente hidrogenados”;
• Adoçantes Artificiais: aspartame, sucralose, ciclamatos, sacarina, entre outros;
• Alimentos ultraprocessados em geral.
Cuidados com a dieta páleo
A dieta páleo não deve tornar-se um hábito diário, afinal, sabemos que todos os grupos de alimentos devem fazer parte de uma alimentação saudável, variada e balanceada.
Gestantes, mães que amamentam e crianças não devem, em nenhuma hipótese, iniciar qualquer dieta com restrições alimentares.
É importante lembrar da hidratação. A água é fundamental para qualquer dieta, seja ela a paleolítica ou não.
Lembre-se: antes de começar qualquer dieta, é indispensável a procura por um médico especialista ou nutricionista para que não ocorram complicações futuras.
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Referências:
- AUDETTE, Raymond V., GILCHRIST, Troy, EADES, Michael R., Neanderthin : Eat Like a Caveman to Achieve a Lean, Strong, Healthy Body, St. Martin’s Paperbacks, Nova Iorque, 2000.
- Cordain L, Eaton SB, Sebastian A, Mann N, Lindeberg S, Watkins BA, O’Keefe JH, Brand-Miller J, Origins and evolution of the Western diet: health implications for the 21st century, in Am. J. Clin. Nutr., nº 81, pág. 341-354. Disponível em: https://academic.oup.com/ajcn/article/81/2/341/4607411
- The Paleo Diet – Loren Cordain. Disponível em: https://thepaleodiet.com/dr-loren-cordain/