O que você escolhe comer à noite pode atrapalhar uma função vital do seu organismo, e talvez você ainda não tenha percebido isso.
O sono desempenha um papel fundamental nos processos reparadores do nosso organismo e na consolidação da memória. Ele nos auxilia na construção de um sistema imunológico saudável, regula os níveis de grelina e leptina (responsáveis nas sensações de fome e saciedade), diminuindo o risco de obesidade e diabetes, bem como outras doenças crônicas que também acontecem durante o repouso.
Uma boa noite de sono não só melhora a saúde como ajuda no processo de memorização e retenção de informações do aprendizado. A ciência já sabe que enquanto dormimos, e somente quando dormimos, o cérebro passa por uma limpeza. Nosso sistema imunológico é reforçado, as nossas células são renovadas, ocorre a neutralização dos radicais livres e nossa memória é consolidada.
O sono é vital e a qualidade das horas de descanso também. A falta do sono pode trazer:
– Falta de atenção;
– Menos concentração, memória e capacidade de aprendizagem;
– Queda no rendimento físico;
– Queda na qualidade da dieta: pessoas que dormem mal, também comem mal.
– Aumento do apetite: o cansaço estimula a falta de controle e a compulsão alimentar.
– Obesidade e diabetes;
– Cansaço;
– Falta de disposição;
– Transtornos físicos e comportamentais;
– Depressão e ansiedade.
Sendo assim, tudo o que fazemos que possa entrar em conflito com essa “programação” biológica do nosso sistema nervoso central para a preparação do sono é um problema. Incluindo os alimentos que você escolhe ingerir!
Alimentos pesados e industrializados, com altas cargas glicêmicas (como pães, massas, bolos, pizza, macarrão, torrada, biscoitos, barrinhas), gordurosos (fast food, pizzas, hambúrgueres) trarão um trabalho para o seu corpo o qual ele não estava preparado: a digestão. Ou seja, ao invés de alocar energia e recursos nos processos próprios do sono, seu organismo passará a noite digerindo essa comida.
Então o que seria ideal comer à noite?
Quando o assunto é o que o que devemos comer à noite, o ideal seria realizar a refeição o mais cedo possível ou o mais distante da hora de dormir. Ao entardecer, por exemplo, seria um ótimo horário para realizarmos a refeição da noite.
Esta refeição deve ser nutritiva e dar saciedade pois assim seu corpo não sentirá fome ao final da noite, próximo ao horário de descanso.
Como têm pessoas que chegam em casa tarde, ou treinam à noite, a refeição noturna deve ser Low Carb (pouco carboidrato), com gorduras boas e naturais (do abacate, óleo de coco e azeite extra virgem, por exemplo) e boas fontes de proteína (do ovo, carnes brancas como o peixe).
Dicas importantes!
- Evitar refeições pesadas.
Comer muito próximo a hora de dormir não é aconselhado se você deseja uma boa noite de sono. Eventualmente, é claro que irá acontecer mas é importante que você não torne essa prática uma rotina. Quando nos alimentamos em excesso, nosso corpo passa a preocupar-se com a digestão desse alimento, deixando de lado todas as funções que normalmente realiza enquanto dormimos.
- Alimentos naturais para a ceia da noite.
1) Maracujá: pode ser consumido como chá ou comer a polpa da fruta. A passiflora presente na planta do maracujá estimula o GABA – importante neurotransmissor que acalma, baixa os níveis de cortisol, baixa nosso estresse e melhora a qualidade do sono.
2) Camomila: na forma de chá, a camomila age na diminuição da ansiedade. A Glicenia, substância presente na planta, exerce um efeito calmante sobre nossos nervos. Além disso, os flavonoides (composto bioativo da camomila) possuem uma ótima ação anti-inflamatória e antioxidante – fornecendo um benefício global para a saúde.
3) Mix de oleaginosas e fruta seca: castanha do Pará, castanha de caju, nozes, pistache, amêndoas, damasco.Trata-se de uma mistura de baixo índice glicêmico, rica em fibras e gorduras boas, tudo o que precisamos neste horário!
Referência:
Di Milia L, Vandelanotte C, Duncan MJ. The association between short sleep and obesity after controlling for demographic, lifestyle, work and health related factors. Sleep Med. 2013.
Revista Essentia Nº8 – http://pt.calameo.com/read/004201423ccf919e0d327.