Consumir alimentos ricos em proteínas é essencial, uma vez que estes alimentos influenciam de forma positiva a saúde, se forem consumidos de forma adequada.
As proteínas são as moléculas mais abundantes nas células e são compostas por cadeias de aminoácidos. Podem ser encontradas em alimentos de origem animal e vegetal.
Suas funções incluem:
- Ganhar massa muscular
- Construção e manutenção de tecidos
- Formação de enzimas
- Formação de hormônios
- Fornecimento de energia (cada grama de proteína possui 4 calorias)
- Regulação de processos metabólicos (através das enzimas)
- Transporte de triglicerídeos, colesterol , fosfolipídeos e vitaminas lipossolúveis no sangue (lipoproteínas)
- Transporte de oxigênio (hemoglobina e mioglobina)
Dada a relevância dessas funções para o organismo é fundamental que o consumo de alimentos ricos em proteínas seja constante e as quantidades sejam ajustadas às necessidades individuais.
Além disso, do ponto de vista nutricional, é mais relevante observar a composição de aminoácidos da proteína ingerida, principalmente os aminoácidos essenciais.
Os aminoácidos são moléculas menores, que se juntam para formar a proteína e agem como precursores de hormônios, vitaminas e outras substâncias importantes para o bom funcionamento do organismo.
Podemos classificá-los em três categorias:
- Aminoácidos essenciais: precisam ser fornecidos pela dieta, pois o corpo não produz.
- Aminoácidos não essenciais: são produzidos em quantidade suficiente pelo organismo.
- Aminoácidos condicionalmente essenciais: podem se tornar essenciais dependendo da condição fisiológica, como por exemplo, prematuridade, recém-nascidos, estresse catabólico e disfunção intestinal.
Aminoácidos essenciais
A presença de aminoácidos essenciais na dieta deve ser constante e equilibrada, de forma que todos sejam consumidos.
São eles:
- Histidina
- Isoleucina
- Lisina
- Metionina
- Fenilalanina
- Treonina
- Triptofano
- Valina
Os principais alimentos fontes destes aminoácidos são: o leite, a carne bovina, o ovo, o feijão, o arroz, o leite de vaca e o leite materno.
Peptídeos bioativos
Peptídeos – compostos formados por dois ou mais aminoácidos, que se juntam para formar a proteína.
Já os peptídeos bioativos são fragmentos específicos de proteínas.
Ocorrem naturalmente na proteína ou pelo seu processamento incompleto no sistema digestório.
Esses peptídeos atuam na prevenção da saúde e qualidade de vida. Seus efeitos no organismo incluem:
- regulação da pressão arterial
- colesterol elevado
- sistema imunológico
- melhorando a absorção de minerais
- função antioxidante
- saúde cardiovascular
Recomendação de proteína
A recomendação de consumo de proteína é de 0,8 gramas de proteínas por quilo de peso diariamente.
Lembrando que essa recomendação é para adultos, homens e mulheres, saudáveis.
Para praticantes de atividade física e/ou atletas essa quantidade pode variar de acordo com o exercício, a intensidade, a frequência, bem como outros fatores individuais.
Mas, quais os principais alimentos ricos em proteínas?
Para te ajudar, elaboramos uma lista de alimentos ricos em proteínas para incluir no dia a dia.
É importante ressaltar que a quantidade de proteína a ser consumida deve ser indicada e orientada por um nutricionista.
Alimentos ricos em proteínas
As proteínas estão nos alimentos que consumimos diariamente, portanto, conseguimos atingir a quantidade recomendada mais facilmente.
Listamos abaixo os principais alimentos ricos em proteínas, separados por proteína de origem animal e origem vegetal.
Proteína de origem animal
Carne bovina (patinho moído cozido) – 4 colheres de sopa = 35,9 g
Carne suína (pernil/parte magra assada) – 2 fatias = 29,9 g
Carne suína (bisteca crua) – 1 unidade pequena = 20 g
Frango (peite sem pele grelhado) – 1 filé médio = 32 g
Peixe (cação cozido) – 1 posta média = 25,6 g
Camarão cozido – 2 colheres de sopa = 7,6 g
Atum em lata- 2 colheres de sopa = 8,4 g
Ovo de galinha cozido – 2 unidades = 12 g
Ovo de codorna – 10 unidades = 13,7 g
Leite integral – 1 copo médio = 6,3 g
Leite desnatado – 1 copo médio = 7,1 g
Queijo Minas frescal – 2 fatias grandes = 13,9 g
Queijo muçarela – 5 fatias = 22,2 g
Queijo padrão – 2 fatias médias = 19,1 g
Ricota – 2 colheres de sopa cheia = 9,9 g
Iogurte natural sem açúcar – 1 pote comercial = 8,2 g
Proteína de origem vegetal
Tofu – 2 pedaços grandes = 12 g
Grão-de-bico cozido – 1 concha = 25,4 g
Feijão carioca cozido – 1 concha = 6,7 g
Feijão preto cozido – 1 concha = 6,3 g
Lentilha – 1 concha média = 10 g
Soja em grãos crua – 2 colheres de sopa 9 g
Chia em grãos – 2 colheres de sopa = 4 g
Quinoa em grãos – 2 colheres de sopa = 2,6 g
Gergelim – 2 colheres de sopa = 4,4 g
Pasta de amendoim – 2 colheres de sopa = 5,9 g
Farinha de trigo – 2 colheres de sopa = 2,1 g
Dentre estes alimentos citados, podemos destacar algumas características peculiares a cada alimento, no que diz respeito as propriedades nutricionais individuais:
- alimentos ricos em proteínas com baixa caloria: frango e feijões
- alimentos ricos em proteínas e com pouca gordura: peixe, frango, ricota, leite desnatado
- alimentos ricos em proteínas e pobres em carboidratos: carnes, ovos, pasta de amendoim
Alimentação saudável e proteínas
O consumo de alimentos ricos em proteínas deve ser sempre orientado por um profissional e nunca feito de maneira aleatória.
Isso porque alguns fatores devem ser levados em consideração para definir a quantidade a ser ingerida, como por exemplo:
- Função renal – pacientes com o rim comprometido precisam de uma menor quantidade de proteínas
- Funcionamento do fígado – órgão responsável pelo metabolismo de proteínas plasmáticas. Se não estiver saudável pode resultar em desnutrição energético-proteica.
- Função digestiva – a digestão das proteínas começa no estômago e termina no intestino, portanto esses dois órgãos devem estar saudáveis para que as proteínas sejam digeridas a absorvidas corretamente
- Rotina – indivíduos que treinam de forma intensa demandam maior quantidade de proteínas em relação às pessoas que fazem exercício de leve a moderado, por exemplo.
Ver também: Para o que serve e o que faz a proteína faz em nosso corpo
Portanto, toda e qualquer mudança alimentar deve priorizar a saúde para depois levar em conta os objetivos desejados.
Dietas muito restritas, por exemplo, podem desregular o organismo e afetar o sistema imunológico e causar deficiências de nutrientes.
A dieta da proteína é um exemplo de dieta em que o consumo de proteína é muito maior que o de carboidrato.
No entanto, reduzir de forma moderada a quantidade de carboidratos da alimentação pode favorecer a perda de peso, o ganho de massa magra e também a melhora da performance.
Como consumir?
A variação na apresentação do alimento é importante para evitar que as refeições sejam monótonas, sendo assim, segue alguns exemplos de preparações que incluem proteínas:
- Ovo: omeletes, ovos mexidos, cozido
- Leite: vitaminas ou com whey protein
- Iogurte: overnight oats, com frutas, na forma de sorvete
- Quinoa: em bolos, tortas, muffins; na forma de salada, com frutas frescas
- Tofu: pasta de tofu, maionese de tofu, tofu empanado, etc.
- Frango: cozido, assado, em tortas e sanduíches
- Queijos: sanduíches, omeletes, na forma de petiscos
Considerações
Para a perda de peso, bem como para o ganho de massa magra, o ideal é que se tenha um alimento fonte de proteína em cada refeição do dia (café da manhã, lanche, almoço, lanche 2, jantar).
Ainda assim, é preciso cuidado, pois o excesso de proteína pode ser prejudicial à saúde.
Atualmente, com a onda de dietas ricas em proteína, é mais fácil exceder a quantidade recomendada, pois os alimentos ricos em proteínas acabam substituindo os carboidratos.
No Brasil, o consumo de proteína ultrapassa a recomendação diária!
A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 2009 mostrou que o consumo de proteínas variou entre 16% e 17% em adultos, sendo que a recomendação do Ministério da Saúde é de 10% a 15%.
Além disso, dietas ricas em proteínas tendem a ser ricas em gorduras também, podendo nesse caso, haver um excesso.
Sabe-se também que o excesso de gordura pode ser prejudicial, inclusive para a saúde cardiovascular.
Quanto a alimentação vegetariana é perfeitamente possível consumir todos os aminoácidos, desde que a alimentação seja bastante equilibrada e variada.
Nesse caso, é preciso um plano alimentar bem variado, com alimentos fontes destes nutrientes para evitar deficiências alimentares.
Referências:
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