Você conhece as variedades de pimentões e as diferenças entre elas? Confira aqui!
A variedades de pimentão mais comuns no Brasil são o verde, o vermelho e o amarelo. Mas já podem ser encontrados no mercado outros tipo, como o roxo e o creme, por exemplo.
O gênero Capsicum
Os pimentões são espécies pertencentes ao gênero Capsicum, o mesmo das pimentas. Os frutos do gênero são apreciados pela multiplicidade de formas, cores, tamanhos, sabores e pungência (grau de ardor); estão espalhados pelo mundo todo e são consumidos por um quarto da população mundial.
As espécies de pimentas e pimentões do gênero Capsicum são originárias das Américas e já eram consumidas há mais de 7.000 anos no México.
Hoje, os pimentões são cultivados em todo território nacional e ocupam área equivalente a 13 mil hectares, com a produção de 350 mil toneladas de frutos e está entre as 10 hortaliças mais plantadas no Brasil. O pimentão é conhecido cientificamente como Capsicum annuum L.
A planta do pimentão é do tipo herbácea perene, com crescimento arbustivo, podendo atingir até 5 metros. Produz frutos do tipo baga, de formatos e cores variadas, dependendo do cultivar. O pimentão é uma planta de verão, atualmente produzido também no inverno com o uso de cultivo em estufa.
Variedades e graus de maturação
Há três tipos básicos de pimentão quanto ao formato: quadrado, retangular e cônico. As variedades de pimentão mais comuns no mercado brasileiro apresentam casca de cor verde quando imaturos e casca vermelha ou amarela quando maduros; os frutos de cor verde também podem tornar-se alaranjados quando maduros.
Sim! Os pimentões verdes são frequentemente frutos imaturos da mesma planta que dará origem a pimentões de outra cor.
O grau de maturação e o sabor
Por ser ainda imaturo, o pimentão verde possui sabor mais “azedinho”, já os pimentões vermelho e amarelo são frutos maduros, o que justifica o sabor mais adocicado e suave. Lembre-se disso na hora de escolher o pimentão ideal para a sua receita.
Composição nutricional e propriedades
Quanto aos aspectos nutricionais, as variedades de pimentão guardam semelhanças, mas também há algumas diferenças entre elas. O alto teor de vitamina C chama a atenção em todas as variedades, já a presença da vitamina A, por exemplo, é mais destacada no pimentão vermelho.
Confira as principais características de cada um dos pimentões.
Pimentão Verde – aliado para o controle de peso
O pimentão verde pode ser o fruto ainda imaturo das mesmas variedades que dão origem aos outros pimentões, mas também há espécies que têm frutos maduros de cor verde.
Todos os pimentões, inclusive o verde, apresentam altos teores de vitamina C. O verde é a variedade que apresenta menor teor se comparado aos demais, mas mesmo assim, 100g de pimentão verde fornecem 100mg de vitamina C, mais que o dobro da quantidade recomendada da vitamina para o dia todo!
O pimentão verde é a variedade que apresenta maior quantidade de fibras alimentares como principal destaque, nutriente relacionado ao melhor funcionamento e saúde intestinal e promoção da saciedade. A presença de fibras combinada com as baixas calorias presentes no alimento, faz do pimentão verde um possível aliado para o controle de peso corporal.
O pimentão verde é o que apresenta o sabor mais “azedinho”, mas mesmo assim é bastante explorado na cozinha.
Pimentão Vermelho – potente antioxidante
O pimentão vermelho, assim como os demais, é rico em vitamina C, mas se diferencia dos demais pelo teor de vitamina A, ambos nutrientes com poder antioxidante, o que protege o organismo contra a ação e danos dos radicais livres. A vitamina A, além dos benefícios antioxidantes, auxilia para a saúde da visão.
A combinação da vitamina A com vitamina C potencializa a ação antioxidantes do pimentão vermelho, prevenindo assim diversas doenças e protegendo todas as células do organismo.
O sabor do pimentão vermelho é mais adocicado em relação a sua versão ainda não totalmente madura, o pimentão verde. Essa variedade é muito utilizada em diversas cozinhas, sobretudo em cozinhas mediterrâneas, como a espanhola e a grega.
Pimentão Amarelo – reforço à imunidade
O grande destaque do pimentão amarelo está na enorme quantidade de vitamina C, nutriente relacionado à imunidade, com ação antioxidante e atuante na saúde da pele e das articulações.
A vitamina C reforça ainda as defesas do organismo e, assim, auxilia na prevenção de infecções; esta vitamina tem também relação com a produção da proteína colágeno, que colabora para a firmeza e elasticidade da pele; a ação antioxidante da vitamina C ainda previne o envelhecimento precoce.
Veja só: 100g de pimentão amarelo fornecem 201mg de vitamina C, quase 3 vezes mais do que o conteúdo de vitamina C presente em 100g de suco de laranja!
O sabor do pimentão amarelo é, como o da variedade vermelha, mais adocicado e suave.
Como comprar e conservar?
Ao comprar os diferentes tipos de pimentões, os frutos devem apresentar-se limpos, firmes e com casca brilhante, o que indica que estão frescos. Os frutos colhidos muito novos têm cor verde-pálida e podem murchar rapidamente.
Os frutos podem ser conservados em temperatura ambiente, em local fresco, mas durarão ainda mais se mantidos na geladeira. O murchamento é acelerado quando os frutos são mantidos em condições naturais.
Como consumir?
Os pimentões podem ser consumidos verdes ou maduros, crus em saladas, como condimento no preparo de molhos, assados ou cozidos na elaboração de diversos tipos de pratos.
É importante ressaltar que quando consumidos cozidos a digestão dos pimentões é mais fácil!
Ainda, os frutos maduros de algumas cultivares são utilizados para a produção de páprica, condimento bastante utilizado na gastronomia nacional e internacional.
Principalmente quando o pimentão é consumido cru é fundamental higienizá-lo bem antes do consumo para eliminar micro-organismos que possam estar na casca e causar doenças. Após lavagem em água corrente, os frutos devem ser deixados de em solução sanitizante própria para hortaliças, na dosagem e tempo recomendados pelo fabricante.
Parentes das pimentas, mas não ardem!
Os pimentões pertencem ao mesmo gênero das pimentas, o gênero Capsicum, mas apesar das parentes picantes, os pimentões não provocam a mesma sensação.
A pungência, uma característica recorrente no gênero Capsicum, é atribuída a substâncias alcalóides, mais especificamente a dois capsaicinóides: a capsaicina e a dihidrocapsaicina. Esses alcalóides se acumulam na superfície da placenta (tecido localizado na parte interna do fruto onde estão inseridas as sementes) e são liberados quando o fruto sofre qualquer dano físico.
Os pimentões não apresentam capsaicinóides, enquanto algumas pimentas como a malagueta e a cumari-do-Pará apresentam altíssimos valores e, por isso, alta pungência.
Agora que conhece mais sobre os diferentes tipos de pimentões, suas propriedades, usos e até como comprar, por que não ir até a feira ou mercado mais próximo e se aventurar com tanta diversidade?
Leia também: Pimentão e seus 7 benefícios para a nossa saúde!
Referências:
- Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Pimentão. Série agricultura familiar. Disponível em: http://uc.sebrae.com.br/files/institutional-publication/pdf/cartilha_pimentao_passo_a_passo.pdf
- Tabela brasileira de composição de alimentos / NEPA –UNICAMP.- 4. ed. rev. e ampl.. — Campinas: NEPA-
UNICAMP, 2011.161 p. Disponível em: http://www.nepa.unicamp.br/taco/index.php - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Hortaliça não é só salada. Disponível em: https://www.embrapa.br/hortalica-nao-e-so-salada/pimentao
- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Pimentas do gênero Capsicum no Brasil. 2006. Brasília, DF. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/779776/pimentas-do-genero-capsicum-no-brasil
- Universidade Federal de São Paulo. Tabela de Composição de Alimentos. Departamento de Informática e Saúde, Escola Paulista de Medicina/Unifesp.
- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Alimentos regionais brasileiros – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alimentos_regionais_brasileiros_2ed.pdf