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Diferenças entre magnésio, cloreto de magnésio e magnésio dimalato

O elemento químico magnésio (Mg) é um mineral importante para diversos órgãos do nosso corpo. Por isso, devemos conhecer a importância desse mineral e estar atentos ao consumo de suas fontes.

Neste texto, vamos fazer um comparativos entre essas três apresentações: o magnésio como um elemento puro, o cloreto de magnésio e o magnésio dimalato.

Magnésio

O magnésio é um mineral considerado necessário para alguns órgãos, especialmente para o coração, rins e músculos. Além desses, o magnésio também contribui para a composição e saúde de dentes e ossos, bem como está presente em diversos processos orgânicos. Este mineral também desempenha um papel importante no aprendizado e na memória.

O magnésio ativa enzimas, contribui para a produção de energia e para a regulação dos níveis de cálcio, zinco, cobre, potássio, vitamina D, entre outros nutrientes essenciais ao nosso organismo.

A quantidade deste mineral em nosso corpo é regulada pela absorção intestinal e pela eliminação através dos rins.

Quais são os alimentos fonte de magnésio?

Como boas fontes podemos citar:

Também são fontes: amendoim, quinoa cozida, farinha de aveia, beterraba, espinafre, banana, batata cozida (com casca), chocolate e cacau em pó, coentro, manjericão, entre outras.

As recomendações diárias de magnésio para adultos são de 400 mg para homens e 310 mg para mulheres.

É importante sabermos a falta de magnésio pode causar prejuízos ao nosso organismo. Altas ingestões do mineral cálcio, proteína, vitamina D e bebidas alcoólicas aumentam as necessidades de magnésio. O estresse físico ou
psicológico também pode aumentar as necessidades desse mineral.

Quais sintomas estão associados a essa deficiência?

A deficiência de magnésio não acontece muito, por isso pode ser considerada rara. Porém, quando ocorre, a deficiência grave apresenta sintomas como tremores, espasmos musculares, alterações de personalidade, anorexia, náuseas, vômitos e convulsões. Geralmente ocorrem outras deficiências primeiro (antes que ocorra a de magnésio), como a deficiência de cálcio e de potássio.

Outras complicações graves como pressão arterial aumentada e arritmias (frequência cardíaca alterada) também podem ocorrer devido à deficiência de magnésio. Pesquisas já demonstraram que pessoas mais estressadas apresentam baixos níveis desse mineral.

Uma deficiência moderada de magnésio é comumente encontrada em populações idosas. Nessa idade é comum que esta deficiência exista, pois há uma tendência de uma ingestão dietética baixa, especialmente em indivíduos que evitam consumir vegetais de folhas verde escuras, leite e outras fontes de magnésio.

Uma perda aumentada de sais minerais ou a falta de equilíbrio destes no organismo, especialmente de potássio, também resulta em deficiência moderada de magnésio.

Algumas outras condições podem acarretar deficiência aguda de magnésio. São elas: doença renal, uso de medicamentos diuréticos, má absorção, hipertireoidismo, pancreatite, insuficiência de proteínas, diabetes,1 entre outras. A deficiência de magnésio também está relacionada com a resistência à insulina e à síndrome metabólica, pois o magnésio é necessário para o metabolismo de carboidratos.

Cloreto de Magnésio

O cloreto de magnésio é um composto que pode ser utilizado como suplemento. A hipomagnesemia, ou seja, a deficiência de magnésio, pode ser corrigida com essa suplementação.

Esse composto também pode ser utilizado na fabricação de tofu (queijo de soja)!

Estudos já demonstraram que a utilização de cloreto de magnésio (MgCl2) em pacientes diabéticos pode fornecer benefícios. Esse suplemento é muito solúvel e é absorvido no intestino delgado na forma de magnésio livre. A suplementação de cloreto de magnésio nesses pacientes, quando necessária, é considerada adequada visto que o magnésio é importante para a produção de insulina pelo pâncreas e também contribui no metabolismo da glicose sanguínea.

Outros estudos relatam que a suplementação com MgCl2 em pré diabéticos durante 4 meses contribuiu significativamente para a redução de glicose no plasma sanguíneo. Ainda foi demonstrado que tomar o cloreto contribuiu para a diminuição de triglicerídeos e para o aumento de HDL, o “colesterol bom”.

Observamos então, que em caso de deficiência, o magnésio pode ser reposto por via oral. Uma das formas disponíveis é o cloreto de magnésio que pode apresentar benefícios, mas também pode ocasionar efeitos colaterais, como a indução de quadros de diarreia e enjoos.

E o magnésio dimalato, para que serve?

Bom, primeiro precisamos entender o que é o magnésio dimalato. Esta versão do magnésio é composta pelo próprio mineral magnésio, que já conhecemos acima, unido ao ácido málico. Este ácido está presente em nosso organismo e também faz parte da composição de algumas frutas. A maçã, por exemplo, é um alimento fonte de ácido málico.

O ácido málico tem uma peculiaridade e por isso é interessante a sua junção com o magnésio: ele possui ligação com a produção de energia para nosso corpo. O ácido málico presente no magnésio dimalato desempenha um papel importante no ciclo de Krebs (ciclo que fornece energia às nossas células).

Além disso, o ácido málico desempenha melhora na força e contribui para a recuperação muscular após a realização de exercício físico. Este ácido tem a capacidade de melhorar as condições de fraqueza, fadiga ou cansaço dos músculos. O ácido málico também restaura a energia rápida para o corpo e promove a agilidade mental.

Quando falamos em contribuição para melhora de algumas doenças, também podemos pensar no ácido málico. Ele é utilizado para tratar indivíduos com síndrome de fadiga crônica e fibromialgia, uma doença que causa dores fortes entre outros sintomas relacionados à energia e à fraqueza muscular.

A presença de ácido málico também contribui para a redução metais pesados que podem ser tóxicos ao nosso organismo. Com essa redução, se reduz também o risco de desenvolvimento doenças no fígado (nosso principal órgão relacionado a destoxificação) e doenças que possam atingir nossa saúde mental como a doença de Alzheimer.

Por sua absorção ocorrer de maneira prolongada, o ácido málico não está relacionado a desconforto gástrico.

Como está a sua alimentação?

A alimentação rica em alimentos refinados, carnes e laticínios são normalmente mais pobres em magnésio do que as dietas ricas em vegetais e grãos não refinados.

O magnésio é perdido durante o processamento de alimentos como o açúcar e, após o refinamento dos cereais de trigo. Geralmente o magnésio não é reposto como enriquecimento dos alimentos.

Por isso, pode ocorrer que caso tenhamos uma alimentação muito industrializada, rica em cereais e açúcares refinados, nossa ingestão de magnésio não seja suficiente. Caso sua alimentação seja adequada e ainda sim você necessita de um aporte maior desse mineral, procure um nutricionista ou médico para te orientar com a suplementação adequada.

Quer saber mais? Leia nossos posts:

O que é Magnésio, como tomar e quais seus benefícios“; “O que é magnésio dimalato e como usar” e “O que é cloreto de magnésio e como usar“.

Referências:

  1. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. L. Kathleen Mahan, Sylvia Escott-Stump, Janice L.
    Raymond; Elsevier, (2012).
  2. Arioli, Edson L., and Pedro Henrique S. Corrêa. “Hipocalcemia.” Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia 43.6 (1999): 467-471. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-27301999000600013&script=sci_arttext&tlng=es
  3. Garber, Alan J. “Magnesium utilization survey in selected patients with diabetes.” Clinical therapeutics 18.2 (1996): 285-294.
  4. Gröber, Uwe, Joachim Schmidt, and Klaus Kisters. “Magnesium in prevention and therapy.” Nutrients 7.9 (2015): 8199-8226. Disponível em: https://www.mdpi.com/2072-6643/7/9/5388