Entende-se por guaraná os frutos extraídos da planta cuja denominação científica é Paullinia cupana H.B.K. Typica e Paullinia cupana variedade sorbilis (Mart.) Ducke, ambas pertencentes à família das Sapindáceas e nativas da Amazônia.
O guaraná em pó, forma como o produto normalmente é comercializado, é resultante da semente finamente triturada, moída ou pilada após secagem.
O Brasil é praticamente o único país a produzir guaraná em escala comercial em cultivos racionais e sistemáticos. Os principais estados produtores são: Bahia, Amazonas, Mato Grosso, Acre e Pará.
O guaraná é uma bebida indicada em casos de esgotamento, depressão e enxaqueca e está associado à melhora da performance atlética, devido à presença de cafeína em sua composição.
Nesse sentido, a quantidade de cafeína no guaraná em pó pode variar de acordo com a procedência da matéria-prima (região de plantio), o método de cultivo, presença de contaminantes químicos e métodos de secagem.
Guaraná em pó e cafeína – Benefícios
A cafeína (trimetilxantina) faz parte do grupo de substâncias com propriedades estimulantes para sistema nervoso central.
Em geral, os seus efeitos sobre o organismo consistem em aumentar o estado de alerta e reduzir a sensação de fadiga e cansaço, podendo aumentar a capacidade para realizar determinadas tarefas.
Além disso, a cafeína também possui efeitos reforçadores que podem ser parcialmente associados à diminuição daqueles impulsos que às vezes temos por comer.
Outra ação importante da cafeína é o estímulo à diurese, ou seja, estimula a produção de urina devido – entre outros mecanismos – ao aumento do fluxo sanguíneo dos rins, ao elevar o gasto cardíaco.
Vale aproveitar para fazer um “parênteses” de alerta por aqui:
“Da mesma forma que outras xantinas, a cafeína possui efeitos taquicardizantes (faz o coração acelerar), broncodilatadores e estimulantes da secreção gástrica. Em doses maiores, produz excitação, ansiedade e insônia e em consumidores habituais se desenvolve tolerância com necessidade de aumentar o consumo para obter os efeitos iniciais. A interrupção do uso produz uma síndrome de abstinência com cefaléia, irritabilidade e letargia.”
Muito além da cafeína
Além de rico em cafeína, e dos benefícios associados ao seu uso, um estudo de 2016, desenvolvido por pesquisadores da USP concluiu que o guaraná em pó é uma importante fonte de catequinas, importantes compostos antioxidantes.
Efetivamente absorvidas, elas reduzem o estresse oxidativo no organismo, relacionado ao surgimento de doenças neurodegenerativas e cardiovasculares, diabetes e câncer, inflamações e envelhecimento precoce em virtude da morte de células, entre outras condições prejudiciais à saúde e ao bem-estar.
Entre os marcadores utilizados estava a oxidação lipídica da LDL, conhecida como colesterol ruim.
Essencial para o bom funcionamento do organismo, a LDL carrega o colesterol para as células, função importante para a produção das membranas celulares e dos hormônios estrógeno (mulheres) e testosterona (homens).
No entanto, quando oxidada, a LDL causa aterosclerose e aumenta o risco de desenvolvimento de doenças do coração.
Nos testes, a LDL coletada dos voluntários após o consumo do guaraná se mostrou mais resistente à oxidação, ou seja, menos prejudicial ao nosso organismo!
Outro marcador foi um ensaio cometa, técnica que mede quebras de DNA induzidas por diferentes fatores – entre eles, o estresse oxidativo.
No estudo, o DNA dos linfócitos (células do nosso sistema imunológico) colhidos uma hora após o consumo de guaraná sofreu menos danos quando submetido a um ambiente oxidante, indicando a presença de substâncias antioxidantes ou um melhor desempenho do sistema antioxidante enzimático dessas células.
E o que isso quer dizer, afinal?
A melhora desses parâmetros foi geralmente observada junto com o aumento da concentração de catequinas no nosso corpo após a ingestão do guaraná, indicando que o guaraná é, de fato, o responsável por esses efeitos benéficos!
Os resultados são animadores e mostram que o corpo consegue aproveitar tão bem as catequinas presentes no guaraná quanto às presentes no chá verde e no cacau, sendo suficiente para promover efeitos positivos sobre a atividade antioxidante, proteger o DNA e reduzir a oxidação dos lipídeos no plasma, além de promover um aumento da atividade de enzimas antioxidantes.
Com as pesquisa, esperamos que haja um maior interesse científico pelo guaraná, já que essa é uma espécie nativa da Amazônia e o Brasil é praticamente o único país a produzi-lo em escala comercial.
Como usar o guaraná?
O ideal é você procurar um médico ou nutricionista para adequar a dose específica e que seja eficiente para as suas necessidades individuais.
Porém, estudos sugerem que a ingestão de 3g do pó de guaraná, diluídos em 300ml de água pela manhã em jejum, são suficientes para que os efeitos benéficos do guaraná sejam percebidos.
Normalmente você encontra o guaraná em pó ou em cápsulas. Para comprar você pode procurá-los em lojas de produtos naturais, ou até mesmo em farmácias.
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Referências:
- Tfouni, S. A. V. et al . Contribuição do guaraná em pó (Paullinia cupana) como fonte de cafeína na dieta. Rev. Nutr., Campinas , v. 20, n. 1, p. 63-68, Feb. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732007000100007&lng=en&nrm=iso;
- Guerra, R. O., Bernardo, G. C., Gutierrez, C. V. Cafeína e esporte. Rev Bras Med Esporte, Niterói , v. 6, n. 2, p. 60-62, Apr. 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922000000200006&lng=en&nrm=iso;
- Martins, C. de A., Silva Torres, E. A. F. da, Yonekura, L. Bioacessibilidade, biodisponibilidade e atividade antioxidante de compostos fenólicos do Guaraná (Paullinia cupana) in vitro e in vivo. Rev. FAPESP, 2016. Disponível em: http://agencia.fapesp.br/guarana-tem-potencial-antioxidante-maior-do-que-cha-verde-constata-estudo/23632/.