A chia (Salvia hispanica L.) é uma planta pertencente à família das Lamiáceas. Originou-se na região que se estende do centro-oeste do México até o norte da Guatemala.
No período Pré-Colombiano, era um dos principais alimentos básicos utilizados pelas civilizações que habitavam a América Central, ficando atrás apenas de alimentos como o milho e o feijão.
Durante muito tempo, as sementes de chia foram usadas como alimento pelos índios do oeste e do sul do México. Ainda, era oferecida aos deuses durante cerimônias religiosas pelos Astecas.
Além disso, as sementes, a farinha e o óleo da chia foram muito apreciados e utilizados como medicamentos, produtos alimentícios e artísticos.
No entanto, sua cultura foi desprezada por longos anos e o cultivo da chia sobreviveu apenas em áreas montanhosas e isoladas do México e da Guatemala, onde a planta foi cultivada por séculos e permanece até os dias de hoje.
Atualmente a chia ganhou destaque na alimentação e, por isso, é comercializada em todo o mundo. No Brasil, as regiões do oeste Paranaense e noroeste do Rio Grande do Sul começaram a investir no cultivo de chia nas últimas safras, apresentando bons resultados.
Mas, porque a chia ficou conhecida como um superalimento?
Muitos nutricionistas estão indicando o consumo diário das sementes de chia por conta do seu alto valor nutricional: as suas gorduras boas (principalmente os ácidos graxos insaturados), a quantidade de proteínas, o alto teor de fibras, os compostos antioxidantes, as vitaminas e os minerais encontrados nessas sementes são as causas dessa fama!
Composição nutricional da chia
As sementes de chia são compostas por:
Proteínas: 15-25%
Lipídeos (gorduras): 30-33%, sendo que:
- 58,7 % corresponde ao ácido α-linolênico (o famoso Ômega 3)
Fibras alimentares: 18-30%
Carboidratos: 26-41%
Minerais e vitaminas: 90-93%
Ainda, apresentam uma quantidade significativa de compostos antioxidantes, tais como:
- Beta-caroteno
- Tocoferol
- Ácido clorogénico
- Ácido caféico
- Flavonóides (quercetina, miricetina e kaempferol)
Tais componentes, além de combaterem os prejuízos causados às células saudáveis pelos radicais livres – prevenindo o envelhecimento precoce – também evitam a rancificação dos ácidos graxos insaturados presentes na própria chia, tornando-os mais viáveis ao organismo.
As vitaminas presentes em grande quantidade na chia são, principalmente, as vitaminas do complexo B. Já os minerais de destaque são: o cálcio, o fósforo, o potássio, o zinco, o magnésio e o cobre.
Ainda, uma ótima notícia é o baixíssimo teor de sódio presente nas sementes de chia, o que a torna uma excelente opção de alimento para as pessoas que sofrem de pressão alta e necessitam de uma dieta com baixos níveis de sódio.
Os benefícios nutricionais da chia
Entre os vários benefícios da semente de chia estão que suas fibras ajudam a regular o transito intestinal, retirando toda a “sujeira” e tratando a prisão de ventre.
Também atuam no controle das dislipidemias e diabetes, pois controlam a glicemia (açúcar no sangue) e a absorção de colesterol. Ainda, as fibras aumentam a sensação de saciedade, evitando o consumo exagerado de alimentos.
A chia também ajuda a fortalecer o sistema imunológico e o sistema cardiovascular, por ser boa fonte de minerais e ter alto teor de ácidos graxos essenciais, gorduras benéficas ao organismo, principalmente o ômega 3, que também ajuda na prevenção de AVCs e infarto.
É fonte natural de antioxidantes, por isso melhora o sistema imune, possui efeito protetor contra agregação plaquetária, é anti-inflamatória e antiviral, protege o corpo contra câncer de pulmão e de estômago, além de promover a melhora das funções cognitivas.
O consumo regular da semente de chia é ainda útil para controlar a pressão arterial elevada. Previne o envelhecimento precoce e reduz os sintomas do déficit de atenção pela ação antioxidante.
Suas sementes são boa fonte proteica graças a presença de grande quantidade de aminoácidos essenciais – aqueles que não são produzidos pelo nosso organismo – como a isoleucina, a leucina, a lisina, a treonina e o triptofano.
Sua combinação de vitaminas e minerais a torna uma importante aliada na manutenção da saúde, principalmente no que diz respeito à saúde óssea, construção do tecido muscular, controle do humor e combate ao estresse.
Importante: uma característica de grande destaque é que a semente de chia não contém glúten, por isso, pode ser tranquilamente adicionada à alimentação de pessoas intolerantes ao glúten, como os doentes celíacos.
Chia X Emagrecimento
A fama que a chia ajuda na perda de peso se dá porque, em contato com os sucos gástricos, transforma-se em gel, preenchendo a superfície estomacal, fazendo com que ocorra mais rapidamente a sensação de saciedade.
A semente de chia contribui para diminuir o inchaço do corpo por conta da sua ação na regulação do funcionamento intestinal e da pressão sanguínea, pois com isso a retenção de líquidos consequentemente diminui.
Modo de consumo da chia para maiores benefícios
Para consumir a chia basta acrescenta-la em sucos, leites, iogurtes, vitaminas, Kefir de leite, frutas, shakes, geleias, pudins, gelatinas, bolos funcionais, biscoitos, ovos mexidos, saladas, sopas, caldos, panquecas, e pratos e receitas em geral.
A chia pode ser consumida naturalmente, como semente ou, ainda, através da sua farinha. Caso prefira a farinha de chia, procure tritura-la na hora do consumo, pois a farinha de chia comercializada fica exposta à luz, o que diminui o seu teor de ômega 3!
Ainda, algumas pessoas preferem hidratar as sementes de chia, para isso, deixe as sementes descansando em uma xícara de água durante a noite. Aproveite!
Referências:
- Migliavacca, R.A.; da Silva, T.R.B.; de Vasconcelos, A.L.S.; Filho, W.M.; Baptistella, J.L.C. O cultivo da chia no Brasil. Journal of Agronomic Sciences, Umuarama, v.3, n. especial, p.161-179, 2014. Disponível em: http://www.dca.uem.br/V3NE/13.pdf