Primeiramente vamos conceitualizar alguns termos para tornar nosso post mais didático, ok?!
Você já ouviu falar em Coenzima?
Coenzima é uma substância orgânica necessária ao funcionamento de determinadas enzimas. Enzima consiste em cada uma das proteínas produzidas por seres vivos que são capazes de catalisar (otimizar) reações químicas relacionadas com a vida, sem, no entanto, sofrerem alterações em sua composição química.
As enzimas e coenzimas desempenham papéis importantíssimos para a manutenção da vida!
Essa pequena introdução conceitual foi para podermos abordar um assunto muito interessante:
A Coenzima Q10 (CoQ10)
Também chamada de Ubiquinona, a coenzima Q10 está presente em praticamente todas as células do organismo e participa dos processos de produção de ATP (adenosina trifosfato), que é a principal molécula liberadora de energia no nosso metabolismo!
Por ser essencial a esse processo, órgãos com maior demanda energética (como o coração, o cérebro, os rins e o fígado) apresentam maiores concentrações (e necessidades!) de CoQ10.
Breve Histórico
A Coenzima Q10 foi descoberta em 1957 pelo professor Frederick L. Crane e seus colegas na Universidade de Wisconsin-Madison. Um ano mais tarde, a substância pura isolada de mitocôndrias (componente celular, principal fornecedor de energia para a célula) de coração de boi foi enviado para o Dr. Karl Folkers na empresa farmacêutica Merck para a identificação e elucidação de sua estrutura.
O papel vital da CoQ10 rendeu ao Dr. Peter Mitchell da Inglaterra, um prêmio Nobel por seu trabalho!
Fontes de CoQ10
A Coenzima Q10 pode ser obtida através da alimentação ou de suplementos alimentares, mas é também produzida por nosso corpo.
A CoQ10 é sintetizada no organismo a partir de alimentos ricos nos aminoácidos tirosina, fenilalanina e além de ácido fólico, tais como sardinha, óleo de soja, nozes e amendoins.
Carnes, aves e peixes são as fontes mais concentradas de CoQ10, e a ingestão diária desses alimentos fornece entre 2 a 20 mg, a qual não eleva significativamente os níveis de CoQ10 no sangue e nos órgãos.
Pequenas quantidades são encontradas em cereais, soja, nozes evegetais, particularmente espinafre e brócolis.
A absorção da CoQ10 proveniente da dieta (ou suplementos) ocorre no intestino delgado e é influenciada pela presença de alimentos e bebidas. Além disso, é melhor absorvida na presença de alimentos ricos em gorduras.
A concentração de CoQ10 nos tecidos humanos atinge seu pico aos 20 anos, diminuindo com a idade.
Deficiência e benefícios
Por sua capacidade de transferir elétrons e, portanto, trabalhar como um antioxidante, a Coenzima Q10 tem sido indicada para tratamento de distúrbios associados ao estresse oxidativo, como os cardíacos, neurológicos, oncológicos e imunológicos.
A deficiência tem sido associada ao mau funcionamento do coração, e a doenças como pressão alta, hipertiroidismo (quando a tireoide trabalha de forma exacerbada) e câncer de mama. No entanto, não está claro se a falta da CoQ10 contribui para o desenvolvimento da doença ou se é causada pela doença.
A deficiência pode ocorrer como um resultado de ingestão e/ou produção inadequada causada pelo envelhecimento, já que a produção de CoQ10 diminui com a idade, ou pela deficiência de nutrientes necessários para a produção, defeitos genéticos ou adquiridos na síntese ou no metabolismo e interações com medicamentos usados para tratar e controlar doenças cardiovasculares, colesterol e alguns antidepressivos podem também reduzir drasticamente os níveis de CoQ10.
A principal área de pesquisa e avaliação crítica foi a das doenças do coração, onde os efeitos benéficos da terapia com CoQ10 de melhora da função cardíaca são particularmente evidentes.
Algumas das propriedades biológicas da CoQ10 podem explicar seu papel biológico: uma vez que a CoQ10 é um componente essencial na produção de ATP, principal fonte de energia celular, ela pode ser de grande valia para pacientes com problemas graves de mal funcionamento dos órgãos (principalmente coração), ajudando-os a melhorar o estado geral do paciente.
Tais propriedades biológicas se refletem em ganhos nutricionais e benefícios para as condições gerais de saúde, particularmente nos seguintes aspectos:
– Melhora a produção de energia e a desempenho físico. Os atletas, particularmente os de faixa etária mais avançada, podem ser beneficiados com o uso da CoQ10;
– Melhora a função cardiovascular, regenerando tecidos lesados, e promove a melhora de distúrbios do sistema cardiovascular como a hipertensão arterial;
– Previne e cura doenças relacionadas à saúde bucal. Estudos revelaram que indivíduos com deficiência de CoQ10 apresentam piores condições de saúde bucal;
– Estimula o sistema imunológico. A CoQ10 estimula o sistema imunológico enfraquecido ou comprometido;
– Neutraliza os radicais livres. É parte importante do sistema de defesa antioxidante da célula. A CoQ10, funciona como um antioxidante tão eficaz quanto a vitamina E no coração.Estudos sugerem que a suplementação de CoQ10 deve ser incluída em qualquer programa antioxidante abrangente;
– Retarda o processo de envelhecimento. A propriedade antienvelhecimento pode ser devida à capacidade da CoQ10 de melhorar o estado de energia das células e aumentar a eficiência da utilização do oxigênio. Estudos demonstraram que o conteúdo de CoQ10 diminui com o avançar da idade, especialmente no coração e fígado. Protegendo as células contra o estresse oxidativo, a CoQ10 aumenta a tolerância de idosos e sedentários ao exercício físico e pode corrigir falhas do sistema imunológico;
– A diminuição dos níveis de CoQ10 pode ser uma possível explicação para uma série de condições associadas ao envelhecimento, como uma maior vulnerabilidade às infecções bacterianas e virais. Estudos efetuados em ratos com CoQ10 demonstraram parciais de declínios na função imunológica relacionados com a idade. Além disso, constatou-se que a CoQ10 tem a capacidade de aliviar possíveis efeitos tóxicos de medicamentos comumente usados para tratar doenças mais comuns entre os idosos, como câncer e pressão alta;
– Estudos de longevidade em ratos demonstraram que a suplementação semanal de CoQ10 (em forma de emulsão) aumentou significativamente a duração da vida quando o tratamento foi iniciado no ponto médio da expectativa de vida. As doses usadas nos ratos foram mais ou menos equivalentes a dose de 30 miligramas por dia de CoQ10 utilizada em seres humanos.
Indicações Coenzima Q10
Seu uso é indicado para pessoas com problemas no coração, portadores de doenças relacionadas ao funcionamento do sistema nervoso central, como Mal de Parkinson, doença de Huntington ou Esclerose e pessoas com deficiências imunológicas e metabólicas.
Porém, mesmo todos os benefícios que a CoQ10 traz para os pacientes é importante lembrar que trata-se de uma suplementação dessa substância em nosso organismo.
Por esse motivo, é muito importante consultar um médico ou nutricionista para que eles prescrevam a dosagem certa para você, a fim de alcançar os melhores resultados que essa substância pode proporcionar.
Onde comprar e como tomar
Lembrando que a melhor forma de “adquirir” nutrientes é sempre via “alimentos de verdade”, e com orientação de profissionais competentes que irão determinar a real necessidade e dosagens adequadas para você!
Porém, é possível encontrar suplementos de CoQ10 em farmácias de manipulação e drogarias.
De acordo com os estudos desenvolvidos na área, as doses suplementadas variam entre 100 mg/dia para prevenção de pressão arterial elevada e os 400 mg/dia para indivíduos com complicações cardiovasculares.
Em situações relacionadas ao sistema nervoso central, têm-se revelado benefícios de suplementação de CoQ10 em doses de 1200 mg/dia ou mais.
- Tomar uma dose 30 minutos antes da atividade física e à noite, antes de dormir.
Importante ressaltar que a CoQ10 é contra-indicada em pacientes renais graves.
Como efeitos colaterais foi relatado que pessoas mais sensíveis podem apresentar queixas de desconforto no estômago, enjôo, perda de apetite, diarréia, palpitações e suor excessivo.
Impressionante como uma única substância pode fazer uma diferença tão grande no funcionamento das nossas funções vitais, não é mesmo?
Referências:
- Munkholm, H. et al.1999. Coenzyme Q10 treatment in serious heart failure. Biofactors 9: 285-289 ;
- Schults, C. W. et al. 2002. Effects of coenzyme Q10 in early Parkinson disease: evidence of slowing of the functional decline. Arch Neurol. 59: 1541-1550 ;
- Janson, M. 2006. Orthomolecular medicine: the terapeutic use of dietary supplements for anti-aging. Clin Interv Aging 1: 261-265 ;
- Dias, Marta Bastos, & Sousa, Alexandra. (2013). Nutrição Anti-Envelhecimento. Revista Nutrícias, (16), 31-34. Recuperado em 11 de outubro de 2018, de http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-72302013000100006&lng=pt&tlng=pt.