A gravidez é, para algumas mulheres, um dos momentos mais especiais da vida. Juntamente com ela, vem a atenção redobrada com os cuidados do corpo, da mente e da saúde em geral, para que haja um bom desenvolvimento do bebê. Durante esse processo a mulher tem que passar por diversas adaptações, pois o corpo requer mais nutrientes, energia, disposição… e quando não adaptada, vem os riscos de déficits de vitaminas e minerais trazendo risco para a saúde tanto da mãe quanto da criança.
Confira abaixo o que a deficiência de ferro, por exemplo, pode influenciar na gestação e quais os cuidados devem ser tomados. Boa leitura!
O que é, como identificar e tratar a anemia durante a gravidez
A deficiência de ferro é definida através de uma condição na qual não há estoque de ferro armazenado para transporte no organismo e o seu suprimento nos tecidos encontra-se comprometido. Os estágios mais graves desta deficiência estão associados à anemia.
A anemia é definida pela baixa de hemoglobina ou hematócrito e ocorre através da quantidade inadequada de hemácias causada pela falta de ferro.
Atualmente, é considerada a deficiência de micronutrientes mais comum no mundo afetando milhões de crianças e mulheres e contribuindo para a desnutrição, a diminuição na capacidade do trabalho, o desenvolvimento cognitivo deficiente e aumentando a mortalidade materna.
Embora as consequências funcionais pela deficiência de ferro já existam no organismo, o seu desenvolvimento é lento, portanto a atenção deve ser redobrada já que clinicamente só é aparente quando a anemia já se encontra em um nível grave.
A anemia severa é definida clinicamente com baixa concentração de hemoglobina, levado a uma descompensação cardíaca, ou seja, neste ponto o coração não consegue manter a circulação adequada no sangue. Entre os indivíduos que apresentam esse tipo de anemia, uma queixa muito comum é a falta de ar em repouso, além da palidez extrema.
É altamente prevalente nos países menos desenvolvidos, porém ainda continua sendo um problema nos países desenvolvidos.
Como identificar a anemia na gestação
Em uma mulher saudável, em cerca de 6 semanas, ocorre o aumento do volume plasmático. Na gestação, esse aumento explica a queda fisiológica na concentração de hemoglobina, já que o volume plasmático é desproporcionalmente maior que as alterações correspondentes na massa de hemácias.
Os principais sintomas e sinais que podem acompanhar este quadro clinico são:
- Desgaste físico e mental – sono, fadiga, dor de cabeça
- Alteração das funções hormonais
- Alterações cardiovasculares – como a taquicardia, por exemplo
- Enfraquecimento das unhas
- Mudança de humor
- Queda de cabelo
- Aumento da pressão arterial
- Diminuição da função imunológica – inflamações
O valor limite aceitável para concentração de hemoglobina no sangue é de 11,0 g/dl. Valores inferiores a este são indicadores de anemia.
O diagnóstico é realizado através do exame de sangue obrigatoriamente feito para o pré-natal e a sua gravidade é determinada através de uma avaliação clínica adequada com atenção nos sintomas apresentados e rigorosos exames físicos.
Quando diagnosticada, a gestante deve ser orientada para início imediato do tratamento.
A anemia na gravidez é prejudicial tanto para a gestante quanto para o feto, sendo assim associada a maior risco de morbi-mortalidade materno-fetal.
Como tratar a anemia gestacional
A anemia ferropriva é a deficiência nutricional mais comum presente na gestação. Não só pelos efeitos prejudiciais decorrentes da baixa concentração de hemoglobina no sangue, mas pela frequência na qual se manifesta.
As mulheres grávidas devem realizar o uso da suplementação oral de ferro, em uma frequência e doses corretas, pois o organismo exige uma alta necessidade fisiológica deste micronutriente não sendo possível adquiri-lo somente através da alimentação.
Quando as mulheres apresentam uma alta prevalência de anemia na gestação, deve-se continuar com a suplementação de ferro no período pós-parto para garantir que a mulher tenha um estoque de ferro adequado.
Além disso, é importante também fazer uma alimentação variada e balanceada rica em nutrientes, vitaminas e minerais, não só com a presença do ferro, mas também do ácido fólico, vitamina C e vitamina B12.
Alimentos ricos em ferro seguros e recomendados para gestantes
A combinação de ferro, potássio, sódio e água ajuda a prevenir a anemia e aumentar o volume sanguíneo. Além disso, o ferro é importante para o desenvolvimento do sistema nervoso do feto e para o metabolismo energético.
O déficit de ferro pode acarretar a um parto prematuro, distúrbio na formação e organização do sistema neural, abortos espontâneos e risco de baixo peso do bebê ao nascer.
Portanto, os alimentos ricos em ferro para gestantes são:
- Alimentos de origem animal: bife de fígado, carnes vermelhas em geral e sardinha
- Leguminosas: feijão, lentilha, ervilha, soja e grão de bico
- Legumes: brócolis e beterraba
- Verduras verde escuras: espinafre, couve, agrião, rúcula e salsa
Para potencializar a absorção do ferro é indicado incluir uma fonte de vitamina C, além de variar os alimentos ricos em ferro na mesma refeição e evitar ingestão de chá ou café logo após as refeições.
Exemplo de alimentos ricos em vitamina C:
Referências:
- Rodrigues L.P, Jorge S. R. P. F. Deficiência de ferro na gestação, parto e puerpério. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. SãoPaulo, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbhh/2010nahead/aop57010.pdf
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